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Santos x RB Leipzig: Análise Tática, Atuações e o Impacto da Base no Amistoso
Por Redação FutSantos em 28/05/2025 21:14
O recente confronto amistoso entre o Santos Futebol Clube e o RB Leipzig expôs um cenário de contrastes marcantes, revelando uma equipe santista inicialmente subjugada, mas que encontrou um respiro e uma notável evolução com a introdução dos jovens talentos de sua base. O embate, que serve como um barômetro para a preparação da temporada, ofereceu insights cruciais sobre a profundidade do elenco e as áreas que demandam atenção imediata para o Peixe.
Análise Tática: As Dificuldades Iniciais e o Domínio Adversário
A etapa inicial da partida delineou um Santos taticamente desorganizado e vulnerável. O RB Leipzig, com sua intensidade e precisão, impôs um ritmo que o Alvinegro Praiano não conseguiu igualar. Observou-se uma fragilidade defensiva acentuada, com laterais como JP Chermont exibindo notórias lacunas na marcação, permitindo que o adversário explorasse com facilidade os flancos. A linha de zaga, composta por nomes como Zé Ivaldo e João Basso, também manifestou inconsistências, com erros de posicionamento e falhas na contenção que culminaram em gols evitáveis.
A incapacidade de transição ofensiva e a pouca efetividade na criação de jogadas contribuíram para um panorama de domínio quase absoluto do time alemão, que controlava a posse e as ações ofensivas. A postura passiva de alguns setores do meio-campo, como a de Gabriel Bontempo, que, apesar de aguerrido, não conseguiu converter sua disposição em efetividade, exacerbou a pressão sobre a defesa. Mesmo figuras como Rollheiser, de quem se espera maior criatividade, foram deslocadas para uma posição mais recuada, limitando seu potencial ofensivo e não conseguindo impor a diferença esperada. A ausência de um elo consistente entre defesa e ataque deixou a equipe santista à mercê do ímpeto adversário.
A Virada da Juventude: O Fôlego dos Meninos da Vila
Foi na segunda metade do embate que a injeção de energia proveniente da base santista transformou o panorama. A entrada de jovens promessas trouxe um dinamismo há muito esperado, alterando a intensidade e a qualidade das ações ofensivas do Santos . Jogadores como Hyan, com sua infiltração certeira que resultou no único gol santista, e Kevyson, que, apesar de inconsistências defensivas, demonstrou vigor na construção de jogadas, foram fundamentais para a mudança de atitude em campo.
A presença de Gabriel Veron e Deivid Washington no ataque, mesmo que por períodos limitados, conferiu maior mobilidade e poder de briga no setor ofensivo. Deivid, em particular, mostrou-se um pivô eficaz, disputando bolas e criando oportunidades, ainda que a finalização não tenha sido seu ponto forte na ocasião. Essa renovação tática e de energia, impulsionada pelos "Meninos da Vila", não apenas minimizou a superioridade do adversário, mas também trouxe à tona a capacidade de reação do elenco , um aspecto crucial para a temporada que se inicia.
Avaliação Detalhada dos Atletas em Campo
A seguir, apresentamos a análise individual do desempenho de cada jogador, com suas respectivas notas atribuídas pela avaliação especializada e pelo público, acompanhadas de um breve comentário sobre sua atuação no amistoso:
Jogador (Posição) | Nota GE | Nota Público | Comentário |
---|---|---|---|
João Paulo (GOL) | 4.5 | 4.5 | Não realizou defesas de grande impacto e não foi diretamente responsável pelos dois primeiros gols sofridos. Contudo, no terceiro tento, onde houve um desvio, sua capacidade de alcance poderia ter sido decisiva. |
Diógenes (GOL) | -- | -- | Atuou por um período muito breve, insuficiente para uma avaliação conclusiva. |
JP Chermont (LAT) | 3.5 | 3.5 | Sua performance na marcação foi consideravelmente deficiente, oferecendo ampla liberdade para Xavi Simons construir jogadas pelo setor esquerdo. Sua transição ofensiva também careceu de efetividade. |
Kenay (MEI) | 5.0 | 5.0 | Não comprometeu o desempenho coletivo, mantendo uma atuação discreta. |
Luisão (ZAG) | 5.5 | 5.5 | Teve uma atuação regular, porém, seu desvio na bola no terceiro gol acabou por prejudicar o goleiro João Paulo. |
João Alencar (ZAG) | -- | -- | Atuou por um período muito breve, insuficiente para uma avaliação conclusiva. |
Zé Ivaldo (ZAG) | 5.0 | 5.0 | Cometeu equívocos em desarmes e sofreu com a exposição às costas da defesa em múltiplas ocasiões. Contudo, protagonizou a melhor chance do Santos no primeiro tempo com um potente chute de longa distância que atingiu a trave. |
João Basso (ZAG) | 4.0 | 4.0 | Falhou em reduzir o espaço necessário para impedir a aproximação e finalização de Openda no segundo gol do RB Leipzig. |
Escobar (LAT) | 5.0 | 5.0 | Sua atuação foi marcada por alternâncias, com momentos de acerto e erro. Embora fisicamente dedicado, com desarmes e avanços ao ataque, também enfrentou dificuldades no aspecto defensivo. |
Kevyson (LAT) | 5.5 | 5.5 | Apresentou falhas na marcação, mas compensou com sua participação no gol do Santos, demonstrando grande empenho nas construções ofensivas. |
Gabriel Bontempo (MEI) | 5.0 | 5.0 | Exibiu combatividade nas tentativas de desarme e nas articulações ofensivas, mas sua efetividade foi limitada. No segundo gol do RB Leipzig, não conseguiu acompanhar a infiltração de Openda. |
Leo Godoy (LAT) | 4.5 | 4.5 | Teve uma participação discreta, com poucas aparições notáveis durante a partida. |
Rollheiser (MEI) | 5.0 | 5.0 | Posicionado em uma função mais recuada, à frente da defesa, não conseguiu demonstrar o desempenho esperado para sua qualidade. Apesar de bons passes e criação de espaços, não fez a diferença e apresentou deficiências defensivas. |
Diego Pituca (MEI) | 5.0 | 5.0 | Ofereceu solidez na frente da zaga e procurou orquestrar as saídas de bola da equipe. |
Neymar (MEI) | 6.5 | 6.5 | Atuando de forma mais isolada, sua movimentação foi limitada. No entanto, ao ter a posse de bola, distribuiu bons passes e tentou infiltrações, gerando algumas das melhores oportunidades ofensivas do Santos. |
Hyan (MEI) | 6.5 | 6.5 | Foi o autor do gol santista, resultado de uma infiltração bem-sucedida na defesa adversária, e demonstrou grande vigor nas ações ofensivas. |
Barreal (MEI) | 4.0 | 4.0 | Sua presença em campo foi praticamente imperceptível, com pouquíssimas participações relevantes. |
Gabriel Veron (ATA) | 5.5 | 5.5 | Exibiu boa disposição e teve participação ativa na jogada que resultou no gol do Santos. |
Tiquinho Soares (ATA) | 4.5 | 4.5 | Limitou-se a exercer a função de pivô em lançamentos longos, sem conseguir demonstrar efetividade no restante das ações ofensivas. |
Padula (ATA) | 5.5 | 5.5 | Realizou uma boa jogada no segundo tempo, mas falhou na finalização, que não foi bem executada. |
Thaciano (MEI) | 2.0 | 2.0 | Sua atuação foi marcada por uma sucessão de equívocos. Errou passes, demonstrou pouca iniciativa e, quando acionado, falhou no domínio ou na continuidade das jogadas. Permaneceu ineficaz mesmo após a mudança de flanco, parecendo desatento em campo. |
Deivid Washington (ATA) | 5.0 | 5.0 | Conferiu maior dinamismo ao ataque na segunda etapa, mesmo compartilhando o setor com Tiquinho Soares inicialmente. Exibiu disposição, sendo o responsável pela briga pela bola que originou o gol santista. No entanto, pecou gravemente em ao menos três finalizações. |
A Performance do Comando Técnico e os Desafios Futuros
A condução técnica, sob a batuta de Cleber Xavier, que obteve uma nota de 4.5 tanto da avaliação especializada quanto do público, focou na experimentação e na promoção de rodagem ao elenco , conforme a natureza de um confronto amistoso. Contudo, algumas decisões táticas não se mostraram eficazes, como a tentativa de posicionar Rollheiser em uma função mais recuada, que não rendeu o esperado. A performance de Thaciano, por sua vez, também se revelou um ponto de preocupação, demonstrando que o jogador não conseguiu assimilar as propostas ou encontrar seu espaço em campo.
Este amistoso, apesar do resultado adverso, serviu como um laboratório valioso para a comissão técnica. A capacidade de reação demonstrada pelos jovens talentos é um indicativo promissor para o futuro, apontando um caminho para a construção de um elenco mais resiliente e taticamente versátil. Os desafios agora residem em ajustar as falhas observadas, integrar de forma mais coesa os atletas da base e otimizar o desempenho dos jogadores mais experientes para os compromissos oficiais que se avizinham.
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