Santos em Alerta Máximo: A Repetição Preocupante no Brasileirão

O Santos Futebol Clube sucumbiu diante do Internacional, por 2 a 1, na última quarta-feira, em seus domínios na Vila Belmiro, em confronto válido pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Este revés não apenas mantém a agremiação sob intensa pressão, mas a consolida na incômoda zona de rebaixamento da competição nacional.

A performance do Peixe em campo tem revelado um notável nervosismo. A impressão dominante é de que o elenco, de fato, sente o fardo da urgência por uma reviravolta no Brasileirão. Embora a equipe demonstre capacidade de construir jogadas, o trajeto entre a criação e a concretização em gols revela-se árduo e extenso.

Contra o Internacional, o Santos até iniciou a partida com certo ímpeto, gerando duas oportunidades promissoras. Contudo, a ânsia de balançar as redes rapidamente resultou em desorganização tática. Um cenário ideal para o adversário gaúcho, que se notabiliza por seu jogo de transição veloz e contra-ataques eficientes. O Colorado soube capitalizar a desarrumação do rival para inaugurar o placar com Carbonero.

A Pressão Asfixiante na Vila Belmiro

Após o gol sofrido, o Santos exibiu uma desestabilização patente. A situação se agravou poucos minutos depois, com a saída forçada de Guilherme, lesionado. Observou-se um volume elevado de passes equivocados e uma notável insatisfação de Neymar. O capitão santista foi visto, em diversas ocasiões, cobrando seus colegas de equipe, com destaque para Deivid Washington.

Quando a fase é desfavorável, a impressão é de que nada conspira a favor. Em uma jogada bem construída, Deivid Washington recebeu um passe de Neymar , girou e finalizou com precisão, mas a bola caprichosamente encontrou a trave. O próprio Neymar , em uma cabeçada praticamente na pequena área, viu sua tentativa ser neutralizada pelo goleiro Rochet.

No segundo tempo, a inclusão de Gabriel Bontempo tinha como propósito ampliar as alternativas na construção de jogadas. No entanto, o Santos permaneceu excessivamente concentrado no flanco esquerdo, quase que invariavelmente com Neymar e Barreal como protagonistas.

Foto: (Raul Baretta, Santos FC.)

Desafios na Finalização e o Balde de Água Fria

Mesmo com a equipe criando oportunidades, a qualidade nas finalizações permaneceu deficitária. Em uma disputa aérea, Deivid Washington , mais uma vez, teve seu arremate barrado pela trave. A bola insiste em não entrar para o atacante, que registra apenas um tento desde seu retorno ao Peixe.

Deivid acabou sendo substituído por Luca Meirelles, uma alteração que, na prática, não produziu o efeito desejado. Ainda assim, no momento em que a equipe parecia capaz de buscar o empate, um golpe de sorte reverso se abateu: o pênalti cometido por Escobar e o segundo gol colorado, convertido por Borré, representaram um verdadeiro balde de água fria.

A partir deste instante, a irritabilidade de Neymar acentuou-se. Em diversas ocasiões, o camisa 10 tentou solucionar as adversidades de forma individual, mas sem ostentar a mesma agilidade para driblar adversários que o notabilizou em épocas passadas, como no lance que o levou à indicação ao Prêmio Puskas contra o próprio Internacional.

O craque, sem dúvida, tem se empenhado em apresentar uma resposta e assumir a responsabilidade pelo Santos . Contudo, é inegável que, isoladamente, ele não será capaz de extrair o Peixe da delicada situação atual. No ímpeto de diminuir o placar, a equipe ainda conseguiu descontar com Barreal e quase alcançou a igualdade com o próprio Neymar , que, contudo, parou novamente em Rochet e na trave.

Até mesmo Robinho Jr., que ingressou nos momentos finais da partida, teve a chance de atenuar o prejuízo. No entanto, o jovem desperdiçou a última oportunidade da equipe ao tentar finalizar de qualquer maneira, parando no zagueiro adversário, o que gerou uma repreensão veemente de Luca Meirelles .

O Eco de 2023: Um Filme que se Repete

A ausência de uma resposta célere em campo tem repercutido diretamente nas arquibancadas. Ao término do confronto, o ambiente foi drasticamente distinto daquele vivenciado uma semana antes, no jogo contra o Flamengo. Vaias, cobranças incisivas, apelos para que a camisa fosse honrada e xingamentos direcionados ao presidente Marcelo Teixeira dominaram o cenário.

Neymar , inclusive, se envolveu em uma discussão com torcedores que cobravam a equipe. Talvez o camisa 10 ainda não tenha apreendido a magnitude do peso que as arquibancadas da Vila Belmiro têm suportado nos últimos anos.

"A percepção de que o Santos persiste em repetir falhas é um lamento constante entre os observadores."

Uma vitória surpreendente, seguida por dois tropeços em partidas nas quais o time tinha a possibilidade de somar pontos cruciais. O torcedor santista não está apenas testemunhando sua equipe na zona de rebaixamento; ele está assistindo à repetição de um enredo cujo desfecho é catastrófico. Há um sentimento generalizado de reviver a temporada de 2023.

E, assim como em 2023, a sensação que permeia é a de que o elenco , embora sinta o peso das cobranças, não consegue corresponder em campo com um futebol de qualidade e vitórias. A insatisfação é ainda maior porque o torcedor compreende que este elenco , contando com a presença de Neymar , não deveria estar engajado nesta árdua batalha.

A Vila Belmiro entoou cânticos que clamam por um time capaz de gritar "é campeão". No presente momento, a percepção é de que o Santos ainda se encontra consideravelmente distante desse objetivo.