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Santos: Derrota para Palmeiras e a Repetição do Roteiro de 2023 no Brasileirão

Por Redação FutSantos em 07/11/2025 04:15

A jornada do Santos no Campeonato Brasileiro de 2025 parece seguir um roteiro implacável. O revés por dois a zero frente ao Palmeiras, ocorrido na última quinta-feira no Allianz Parque, adiciona um novo e sombrio capítulo à complexa trajetória do Peixe na liga. A percepção geral é de que, a despeito das constantes inovações e estratégias do técnico Juan Pablo Vojvoda, a equipe se encontra em um labirinto sem aparente saída.

Este desfecho reacende no coração do torcedor santista a inquietante sensação de presenciar, mais uma vez, a reprise do enredo do Campeonato Brasileiro de 2023. O desempenho dos atletas em campo, lamentavelmente, não oferece qualquer sinal de que o desfecho desta temporada possa divergir do passado recente.

A Estratégia de Vojvoda e Seus Desafios

A concepção tática de Vojvoda para o confronto com o Palmeiras, em sua essência, apresentava uma lógica robusta. A formação previa uma linha defensiva de cinco atletas, com Willian Arão atuando como zagueiro de sobra. A escolha por Zé Ivaldo, priorizando sua agilidade em detrimento de Adonis Frías, e um meio-campo com ênfase na contenção, complementavam-se com a introdução de Robinho Jr., uma novidade no setor ofensivo.

Adicionalmente, o comandante argentino optou por prescindir de jogadores que não entregavam o esperado, como Rollheiser, Escobar e Guilherme. A manutenção de Lautaro Díaz na posição de centroavante, por sua vez, deveu-se à escassez de alternativas. Contudo, uma parcela significativa da incapacidade do time em concretizar jogadas ofensivas no clássico pode ser atribuída, precisamente, ao desempenho do camisa 19.

O Roteiro Tático e a Falta de Execução

A intenção estratégica era cristalina: fortificar a retaguarda, resistir à pressão imposta pelo adversário alviverde e buscar a oportunidade de um contra-ataque letal que pudesse culminar em uma vitória. Um empate, em tal cenário, não seria desprezível; a derrota, contudo, era o resultado a ser evitado a todo custo.

A partida desenrolou-se como um embate unilateral, com o Palmeiras no ataque e o Santos na defesa. As estatísticas são eloquentes: vinte e oito tentativas de finalização do Alviverde contra apenas oito do Peixe. Gabriel Brazão, retornando a atuações de alto nível, foi crucial ao evitar um placar mais elástico com uma série de defesas providenciais. Apesar da intensa ofensividade rival, o Santos demonstrou resiliência na contenção da pressão inicial.

Entretanto, a segunda etapa da estratégia, fundamental para o sucesso ? a efetividade dos contra-ataques e a concretização de gols ? simplesmente não se materializou. O Peixe ofereceu pouquíssimas ameaças ao goleiro Carlos Miguel. A carência de qualidade no passe final era evidente, impedindo que a bola chegasse em condições ideais para um arremate decisivo.

Detalhes Cruciais e o Desfecho Adverso

A sabedoria popular no futebol clássico aponta que a vitória reside nos detalhes. Neste confronto, tal detalhe manifestou-se na superioridade qualitativa do adversário, tanto em sua organização coletiva quanto nas habilidades individuais de seus atletas. Um projeto consolidado confrontou-se com uma equipe que ainda busca sua identidade e direção. Inegavelmente, esse pequeno, mas decisivo, elemento pendeu a favor do Palmeiras.

Zé Ivaldo , um defensor de desempenho oscilante, vinha executando uma partida quase irrepreensível, inclusive salvando uma finalização de Flaco López sobre a linha no primeiro tempo. Contudo, no instante capital, sua falha foi determinante. O que parecia um pormenor revelou-se o divisor de águas: diante de uma retaguarda desorganizada, o jogador argentino demonstrou serenidade e precisão para localizar Vitor Roque desmarcado, colocando-o em posição de finalizar frente a Gabriel Brazão .

Em uma tentativa desesperada de buscar a igualdade, o Santos avançou. Vojvoda acionou Guilherme e Rollheiser, buscando transicionar de uma postura meramente defensiva. Foi neste momento, talvez o mais desordenado da equipe em campo, que o golpe final foi desferido. Vitor Roque, lançado em profundidade, superou Alexis Duarte com facilidade e, com um toque preciso, encobriu Brazão, selando o placar.

Individualidades em Foco: Destaques e Decepções

Para evitar uma descrição de cenário totalmente desolador, é justo reconhecer que Vojvoda pode extrair algumas valiosas conclusões. Willian Arão, por exemplo, demonstrou grande eficácia atuando como terceiro zagueiro, entregando uma performance notavelmente consistente.

O jovem Souza, apesar de algumas imprecisões, revelou-se uma opção superior a Escobar. Robinho Jr., por sua vez, não se intimidou com a magnitude do clássico, embora tenha enfrentado dificuldades para receber a bola em condições favoráveis para desenvolver seu jogo.

Em contraste, Mayke apresentou uma atuação deficiente, especialmente ao ser confrontado com a velocidade de Piquerez e Sosa em suas investidas. Alexis Duarte, apesar de uma nova chance, exibiu inconsistência em seu desempenho. Lautaro Díaz, por sua vez, repetiu o padrão já conhecido: muita entrega na disputa pela bola, mas uma notável ausência da qualidade técnica necessária para proporcionar ao Santos aquele "algo a mais".

O Caminho Crucial para a Sobrevivência

O Santos , neste momento, ocupa a zona de rebaixamento. Restam apenas sete rodadas para o término da competição. A situação, embora grave, ainda não é irreversível. Contudo, é imperativo que a equipe apresente, com a máxima urgência, uma reação distinta. O tempo para reescrever este roteiro e construir um desfecho diferente ainda existe, mas a janela de oportunidade se estreita a cada partida.

Avaliação de Atuação dos Jogadores (Notas GE e Público)

Jogador Posição Nota GE Nota Público Comentário
Gabriel Brazão GOL 8.0 8.0 Preocupou no aquecimento ao sentir dores nas costas e atuou somente ao ser medicado. A aposta valeu muito a pena, e o goleiro do Santos fez pelo menos quatro ótimas defesas logo no primeiro tempo. Ainda fez um milagre no início da segunda etapa. Não teve culpa nos gols.
Mayke LAT 4.0 4.0 De volta ao time titular, sofreu com o ritmo do ataque palmeirense pela esquerda, especialmente com as dobradinhas entre Sosa e Piquerez. Não viveu uma boa noite defensivamente.
Guilherme ATA 5.0 5.0 Entrou na reta final do jogo, com o time perdendo por 2 a 0. Não teve muito o que fazer diante da adversidade.
Alexis Duarte ZAG 4.5 4.5 Começou bem inseguro diante da blitz armada pelo Palmeiras nos primeiros 15 minutos de partida. Conforme o Santos se ajeitou em campo e o rival diminuiu o ritmo, teve mais tranquilidade para jogar, mas sofreu nos embates com Flaco López, principalmente. Perdeu na corrida para Vitor Roque no segundo gol.
Zé Ivaldo ZAG 5.0 5.0 Outro com início irregular, mas que terminou a primeira etapa marcado por salvar um gol certo de Flaco López em cima da linha. Na etapa final, porém, chegou atrasado e perdeu disputa pelo alto com o mesmo Flaco, no lance que originou o gol de Vitor Roque. Voltou a jogar depois de quase dois meses.
Souza LAT 5.5 5.5 Retornou ao time titular depois de cumprir suspensão e teve trabalho defensivamente. Ao contrário de Mayke, teve mais presença ofensiva e incomodou a defesa palmeirense.
Willian Arão MEI 6.0 6.0 Deu sustentação defensiva na linha de cinco zagueiros e ajudou na saída de bola. Praticamente impecável nas jogadas pelo alto. Fazia ótima atuação até dar o passe errado que proporcionou o segundo gol do Palmeiras.
Zé Rafael MEI 5.5 5.5 No reencontro com o ex-clube, correu bastante e chamou o jogo. Foi quem mais acertou passes no meio do Santos. Pela primeira vez capitão, segue se consolidando no time. Cansou com o time e com as movimentações, especialmente as movimentações de Flaco López pelo setor de meio-campo.
João Schmidt MEI -- -- Entrou no fim. Sem nota.
Victor Hugo MEI 5.0 5.0 Teve mais liberdade para jogar e poderia ter participado mais do jogo. Na primeira etapa, deu chute perigoso de fora da área. No segundo, quase anotou um golaço de bicicleta, que só não saiu porque Gustavo Gómez salvou praticamente em cima da linha. Defensivamente, deu espaços.
Barreal MEI 5.5 5.5 Foi um escape pela esquerda, principalmente na segunda etapa. Não teve o mesmo brilho de outros jogos importantes, como no clássico contra o Corinthians. Muito isolado para atacar.
Rollheiser MEI 5.5 5.5 Assim como Guilherme, entrou com o placar muito adverso e com poucas possibilidades de reação. Quase diminuiu o placar para o Peixe, mas parou em Carlos Miguel.
Lautaro Díaz ATA 3.5 3.5 Teve espaço para jogar, porém ?apanhou? da bola em algumas oportunidades. O lance mais emblemático ocorreu na segunda etapa, em arrancada de Zé Ivaldo que resultaria em situação de dois santistas contra um palmeirense. O domínio errado impediu o ataque. Tecnicamente mal.
Thaciano MEI 5.0 5.0 Entrou na segunda etapa e chegou a colaborar no lance do gol bem anulado pela arbitragem. Diante de uma noite tecnicamente ruim de Lautaro Díaz, parece merecer mais espaço com o pouco tempo que teve em campo.
Robinho Jr. ATA 5.0 5.0 Ficou muito isolado e teve poucas ações com a bola. Tímido na primeira vez como titular, embora tenha distribuído bons passes. Fez trabalho importante defensivo para tentar segurar Piquerez.
Caballero ATA 5.0 5.0 Substituiu Robinho Jr. para manter a característica de velocidade do setor, assim como a atenção na marcação com as investidas de Piquerez. Noite discreta.
Juan Vojvoda TEC 5.0 5.0 Apresentou novidades na escalação e conseguiu sustentar o 0 a 0 até a metade do segundo tempo, quando Zé Ivaldo perdeu disputa com Flaco López e abriu a defesa para o gol de Vitor Roque. Depois, o time se abriu. Agora a missão fica mais pesada com a pressão de estar na zona de rebaixamento.

Próximos Confrontos do Santos no Brasileirão

Data Adversário Local
09/11 Flamengo Fora
15/11 Palmeiras Casa
19/11 Mirassol Casa
24/11 Internacional Fora
28/11 Sport Casa
03/12 Juventude Fora
07/12 Cruzeiro Casa

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