Santos: Bachi no Comando Temporário e os Nomes Quentes para a Nova Era no Peixe

A recente e dolorosa derrota por 6 a 0 para o Vasco, no Morumbis, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, culminou na inevitável saída de Cleber Xavier do comando técnico do Santos. Este revés, que viu a equipe sucumbir de forma avassaladora, sofrendo cinco gols em um intervalo de apenas dezesseis minutos, expôs fragilidades que demandaram uma resposta imediata da cúpula alvinegra. Diante do vácuo deixado, Matheus Bachi, que atuava como auxiliar de Xavier, ascende ao posto de treinador interino, assumindo a delicada missão de guiar o Peixe enquanto a diretoria se empenha na busca por um nome definitivo.

A permanência do restante da comissão técnica no clube reflete uma tentativa de manter alguma estabilidade em meio à turbulência. Bachi, por sua vez, já tem agendado seu primeiro contato com o elenco na tarde desta terça-feira, no CT Rei Pelé, quando a equipe se reapresentará para iniciar a preparação crucial para o próximo desafio. O adversário será o Bahia, em partida válida pela 21ª rodada do Brasileirão, um confronto que se desenha como fundamental para a recuperação da moral do time e para a busca por pontos vitais na competição.

Santos e a Urgência por um Novo Comandante

A diretoria santista demonstra uma clara intenção de agir com celeridade na contratação de um novo técnico. Essa pressa é justificada pela necessidade de precaver-se contra um possível hiato de comando, um cenário que se materializaria caso toda a equipe de trabalho do antigo treinador também se desligasse. A memória recente de uma situação similar serve como um alerta contundente para o clube.

Em abril, o Santos enfrentou um período de quinze dias sem uma liderança técnica definida após a saída de Pedro Caixinha. Naquela ocasião, a responsabilidade de assumir interinamente recaiu sobre César Sampaio, evidenciando a vulnerabilidade do planejamento em momentos de transição. A lição foi aprendida, e agora a prioridade é evitar que o Peixe passe por um período de instabilidade semelhante, garantindo que a transição seja a mais suave e rápida possível.

Foto: ( Raul Baretta/ Santos FC)

Os Nomes na Mesa: Desafios e Recusas

No intrincado processo de seleção para o novo comando técnico, alguns nomes de peso foram avaliados pela diretoria. Entre eles, desponta a figura de Ramón Díaz, que atualmente comanda o Olímpia, do Paraguai, e que tem seu filho, Emiliano Díaz, como auxiliar. A dupla, que já deixou sua marca no futebol brasileiro ao conduzir o Corinthians à conquista do Campeonato Paulista nesta temporada, foi procurada pelo Peixe. Contudo, o técnico argentino optou por recusar a proposta neste momento, frustrando as expectativas iniciais.

Outro nome que esteve em debate nos corredores do clube foi o de Tite, pai de Matheus Bachi e ex-técnico da seleção brasileira. Embora a ideia pudesse trazer um peso significativo ao comando, a realidade impõe um obstáculo: Tite tem uma cirurgia no joelho agendada para o início de setembro. Segundo informações de bastidores, a intervenção cirúrgica torna improvável que ele modifique seus planos para assumir um novo trabalho neste período, afastando-o da possibilidade de retornar ao futebol agora.

Por fim, a figura de Jorge Sampaoli, que teve uma passagem marcante pelo Santos em 2019, ecoou no Morumbis, com torcedores entoando seu nome. Apesar do apelo popular, o argentino não desfruta de unanimidade nos bastidores do clube. Seu perfil é alvo de análises e questionamentos internos, especialmente diante da preferência de membros influentes da cúpula alvinegra por um profissional que demonstre um comportamento mais ?ponderado e equilibrado? à frente da equipe. A busca por um novo treinador se mostra, portanto, um desafio complexo, permeado por recusas, impedimentos e divergências de visão sobre o perfil ideal para liderar o Santos neste momento delicado.