Santos: Análise da Ineficiência Ofensiva, Eliminação e Desempenho de Cleber Xavier

A recente e dolorosa eliminação do Santos na Copa do Brasil, diante do CRB, não se resume a um mero revés esportivo; ela escancara uma falha estrutural e preocupante no desempenho da equipe: a alarmante ineficiência ofensiva. O clube alcançou a marca sombria de quatro confrontos consecutivos sem conseguir balançar as redes adversárias, uma sequência negativa que, paradoxalmente, supera até mesmo o período que precedeu o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2023. Sob a batuta do novo comandante técnico, Cleber Xavier, o Peixe conseguiu converter um único gol em cinco compromissos oficiais.

Este cenário de escassez de gols é, para dizer o mínimo, profundamente preocupante. A única vez em que o Santos conseguiu perfurar a meta adversária sob a gestão de Xavier ocorreu na partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil, justamente contra o CRB, em um embate que resultou em empate por 1 a 1. Desde então, a capacidade de finalização da equipe parece ter se dissipado, mergulhando o time em uma seca que compromete seriamente suas ambições nas competições que ainda disputa.

Nos últimos três embates válidos pelo Campeonato Brasileiro, o Alvinegro Praiano não conseguiu marcar. Amargou uma derrota por 1 a 0 para o Grêmio, empatou sem gols com o Ceará e sofreu mais um revés, também por 1 a 0, diante do Corinthians. Na partida decisiva de volta contra o CRB, a inoperância ofensiva persistiu, culminando em um empate sem gols no tempo regulamentar e, consequentemente, na eliminação via disputa de pênaltis, expondo a fragilidade do setor de ataque.

O Persistente Dilema Ofensivo: Números e Declarações

A questão da ineficiência no ataque do Santos não é uma novidade; trata-se de um problema já diagnosticado pelo próprio corpo técnico em manifestações anteriores. Contudo, a solução para essa dificuldade em construir jogadas de perigo e, mais crucialmente, convertê-las em gols, ainda parece distante. A partida de volta contra o CRB, apesar do resultado desfavorável, ilustrou bem essa questão: o Peixe finalizou 18 vezes, com sete desses arremates direcionados ao gol, mas sem sucesso na concretização, evidenciando uma falta de pontaria e poder de decisão.

A análise das finalizações nos confrontos sob o comando de Cleber Xavier revela um quadro ainda mais crítico no que tange à efetividade ofensiva. Nos quatro jogos anteriores ao último embate contra o CRB, o Santos acertou o gol adversário em apenas nove ocasiões. Veja o panorama detalhado dos últimos jogos:

O Desafio Tático e a Ausência de Vitórias

O próprio Cleber Xavier, em coletiva de imprensa após a amarga eliminação, não se esquivou da dura realidade dos números. "É a realidade. São cinco jogos, apenas um gol marcado, agora foi o jogo que mais criamos situações. Mas a bola novamente não entrou. É ruim, é duro. É trabalhar, não tem outra, vai fazer o quê? É continuar trabalhando", declarou o treinador, reconhecendo a complexidade da situação e a necessidade premente de um trabalho contínuo para reverter o quadro desfavorável.

A dor da eliminação e a frustração que se abate sobre os torcedores são sentimentos palpáveis e compreensíveis. A voz da arquibancada ecoa o sentimento de desespero, como expressou Nágila, em um lamento que sintetiza a angústia da torcida: "?O Santos está no fundo do poço!?, desespera-se Nágila após eliminação". A ausência de vitórias sob a nova direção técnica agrava ainda mais o cenário. O Santos ainda não conseguiu um triunfo sequer com Cleber Xavier no comando, acumulando um retrospecto de três empates e duas derrotas, um panorama que apenas reforça a urgência de uma mudança de rota e um reencontro com o caminho dos gols e das vitórias para o clube.