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Santos: Alexandre Mattos Revela Estratégia de Mercado, Gabigol e Futuro do Clube
Por Redação FutSantos em 23/12/2025 04:13
A expectativa da torcida santista para o ano de 2026, no que tange a grandes contratações sob a gestão do diretor de futebol Alexandre Mattos, deve ser moderada. O clube, conforme seu discurso atual, prioriza a recuperação do elenco existente, a disciplina financeira e aquisições estratégicas e pontuais.
Conhecido por uma postura historicamente agressiva no mercado de transferências, Mattos agora adota um posicionamento distinto: equilíbrio, cautela e uma notável confiança nos recursos humanos já disponíveis. Ele exemplifica que propostas vultosas, como a de mais de R$ 30 milhões por Felipe Loyola, são raras exceções, tratadas como oportunidades de mercado e sempre condicionadas a garantias financeiras sólidas.
Em um diálogo exclusivo, realizado na sala da presidência do CT Rei Pelé, Mattos discorreu sobre a abordagem do Peixe para o próximo período de transferências, enfatizando a necessidade de moderação. "O Santos tem que estar equilibrado. E o que é o equilíbrio? Fazer o que pode ser feito. Se o Santos der um passo maior que a perna... não é arriscar, às vezes você tem que arriscar no futebol, mas dar um passo para tentar resolver todos os problemas que o Santos tem de uma vez por todas, porque eu preciso fazer isso em seis meses, o Santos vai criar mais problemas, vai ser uma bola de neve. Então, muita calma, muita calma", ponderou o diretor.
O diretor abordou a percepção pública sobre seu estilo de trabalho. "Era uma dúvida sobre mim em relação a supostamente eu ser um profissional que ia muito ao mercado, que eu contratava muito. O Palmeiras de 2015 precisava mudar muito, mudamos. Athletico-PR precisava mudar muito, mudamos. Cruzeiro deste ano, no primeiro momento, precisava dar uma pancada, depois segura. Então o trabalho é de acordo com aquilo que você precisa e o que você pode fazer. Hoje o Santos tem que entender o que ele pode fazer primeiro. E o que ele pode fazer primeiro é ter calma e equilíbrio", afirmou Mattos, contextualizando sua adaptabilidade às realidades de cada clube.
Austeridade Financeira: O Novo Norte do Santos no Mercado
O dirigente foi categórico: o clube não possui, no momento, capacidade para bancar grandes investimentos visando 2026. A prática de "loucuras" financeiras seria prejudicial ao orçamento santista. "O Santos não tem condição no momento. Está buscando essa condição, de sair renovando o elenco todo, de sair achando que vai bater de frente com as maiores potências financeiras do futebol brasileiro. Não vai. Não podemos e não vamos fazer. Porque se fizer isso, como talvez tenham feito vários clubes de futebol brasileiro em algum momento, de maneira impossível, até irresponsável, vou sair contratando aqui, vou tentar ganhar um título, e depois eu tiro, a torcida paga o título, não", enfatizou.
Mattos ressaltou que tal abordagem irresponsável "quebrou a maioria dos clubes e colocou cada um com a dificuldade do tamanho do nosso elenco ." Ele mencionou que "É só abrir o próprio ge. Você vê lá dívidas, dívidas, dívidas, dívidas. Tem um ranking de dívidas, né? Quem deve mais, quem é o segundo, quem é o terceiro? Esse é o futebol brasileiro. Então o Santos não pode e não vai entrar nesse círculo vicioso de fazer tudo a qualquer preço. Não vamos fazer a qualquer preço."
Dentro deste panorama de gestão controlada, prudência e parcimônia no mercado, a contratação de Gabigol surge como um anseio remoto para o Peixe. Com proventos mensais que se aproximam dos R$ 3 milhões, o atacante do Cruzeiro dificilmente integrará a equipe em 2026, considerando a conjuntura financeira atual. "Para vir para cá, precisa caber no bolso. Nós não vamos sonhar com coisas que a gente não pode ter. Estou falando especialmente dele. Estou deixando claro, de maneira didática, que não é simples contratar esse tipo de jogador. Tem que ter um contexto, ter um negócio, ter um clube querendo, o jogador querer ir", explicou. Mattos ainda acrescentou que, apesar das dificuldades, "hoje, os jogadores estão querendo estar no Santos . O problema vai ser quando o jogador não quiser ficar demais. Nenhum jogador ou empresário, nenhum desses contestados, vamos chamar assim, me telefonou para o jogador sair daqui. Nenhum. O jogador quer ficar aqui."
Gabigol no Santos: Uma Realidade Financeira Complexa
Ao ser questionado sobre o balanço da temporada, Alexandre Mattos refletiu sobre os desafios superados. Ele revelou ter enfrentado "muita turbulência em vários sentidos, em vários padrões, em vários níveis, a palavra é essa." O diretor esteve à frente de dois projetos (Cruzeiro e Santos ) pela primeira vez em sua trajetória, e, a seu ver, ambos culminaram em êxito, cada qual dentro de seus respectivos propósitos.
Sobre sua passagem pelo Cruzeiro, Mattos detalhou as dificuldades: "Estava no Cruzeiro, em que tinha que fazer uma reformulação grande, e que tinha um objetivo claro de retomar o Cruzeiro como protagonista nacional. Confirmar que é um novo Cruzeiro, e acho que foi bem feito. Só que isso me estafou mentalmente, sabe? Foi muito duro pra mim, sabe? Por vários fatores, é um clube que eu já conheço há muito tempo, fui campeão várias vezes, sou de Belo Horizonte, tem uma influência maior nisso. E teve uma mudança muito grande de filosofia. O povo não quer saber, o povo quer que resolva agora. Teve a instabilidade, eu era o foco total do negócio, e tá tudo bem, estava lá pra isso, segurei, mas é óbvio que teve um dano emocional, mental, esgotamento, desgaste. Conversei com o dono e vi que era hora de sair."
Após sua saída do Cruzeiro, diversas propostas surgiram, entre elas a do Santos . Mattos detalhou o processo de sua vinda para o Alvinegro Praiano: "Na conversa, primeiro, com Marcelinho, filho do presidente, e ele demonstrou um tesão muito grande no que eles estavam fazendo aqui, e onde eu encaixaria, e foi a Belo Horizonte. E aí, sim, eu conversei com o Marcelo Teixeira, que é o presidente. Neymar pai ligou, o próprio Neymar , enfim. E a gente foi construindo esse desejo, e aí veio a decisão de realmente vir e contribuir para um objetivo inicial, que era o objetivo de permanência na Série A, mas não um único objetivo, que tinha o desejo de permanência na Série A, mas se consolidar e começar a dar sinais de um Santos que pode pensar em coisas maiores."
A Trajetória de Mattos: Da Turbulência no Cruzeiro ao Desafio Santista
A situação no Santos mostrou-se extremamente árdua. "Acabou que foi muito difícil, muito duro. O Santos tinha oito pontos, era penúltimo, junto com o Juventude." Ele descreveu como "muito ponto disputado para um time grande, que estava em uma posição muito incômoda. E o time grande, gigante, quando está nessa situação, parece que vai puxando mais para baixo. É mais difícil, porque não é o ambiente ao qual o clube está acostumado. Não é o ambiente do Santos , então parece que vai puxando mais ainda para baixo, e a gente conseguir acalmar o ambiente, ter uma postura de liderança positiva, otimista, de buscar novamente a confiança em alguns jogadores que precisavam. Isso tudo dentro do processo de jogos." A conclusão foi positiva: "E a gente conseguiu, e o saldo final acho que foi muito bom, dois projetos diferentes, que tiveram resultados positivos, dentro da sua realidade, e para o Santos , acho que foi um início daquilo que o Santos pode e deseja para o futuro."
Diante do panorama delineado, Mattos é enfático sobre o caminho a seguir. "O que vamos fazer? Resgatar o que nós temos aqui dentro. Primeiro de tudo, confiança, resgatar moral, resgatar fisicamente, tecnicamente, taticamente, mentalmente. É o que nós estamos fazendo desde a minha chegada, eu venho dizendo isso. Então, não temos muitas saídas a se fazer."
Ele complementa que "Se tem algum jogador que, por algum motivo, seja ele técnico, físico, mental, não está produzindo aquilo que nós sabemos que ele pode produzir, nós vamos trabalhar para que ele produza. Nós temos bons jogadores aqui dentro. Se está num momento ruim, nós vamos conseguir resgatar esses caras. O Santos não pode sair trocando jogador porque o cara jogou e está num momento ruim. Porque se fizer isso, vai entrar novamente naquele ciclo. Porque dispensa o fulano e traz outro. Dispensar o fulano significa um montante financeiro que tem que pagar pelo contrato do fulano todo."
Ao ser questionado sobre o principal desafio do Santos atualmente, Mattos apontou: "É o resgate que nós estamos fazendo da credibilidade, né? É chover no molhado falar que o Santos tem as suas dificuldades financeiras. Isso aí todo mundo sabe, isso aí não é de agora, né? É de já ter um tempo isso, né? Eu acho que o Santos está resgatando a sua credibilidade. E o primeiro passo é ter um presidente que tenha credibilidade, que é o líder maior. E o Marcelo tem credibilidade. Eu não tenho dúvida nenhuma de que a presença do Marcelo traz uma credibilidade para o Santos ."
Credibilidade e Organização: Os Pilares da Reconstrução Santista
Para o diretor, "O futebol, o segredo, vamos chamar assim de futebol, pelo menos aquilo que eu entendo de futebol, é organização e investimento. E para você ter organização, o primeiro passo é ter credibilidade. Então, nós estamos resgatando isso. Com algumas ações, óbvio que temos dificuldades, não somos perfeitos. O Santos tem problemas. O Santos tem que melhorar muita coisa. O Santos tem que desenvolver muita coisa. Não é um processo que vai dar noite para o dia."
"E, às vezes, a pessoa fala assim, há um ano. Um ano é muito pouco dentro de um projeto. Os projetos estão aí. Os principais projetos de futebol brasileiro passaram por um processo de anos para conseguir começar a dar resultado. Então, o Santos está nesse processo. O presidente Marcelo pegou um Santos , uma Série B, já com diversos problemas, principalmente o financeiro, claro, não tem como fugir, é o principal problema, não é? Não o problema, mas é o maior desafio, é você fazer futebol competitivo em alto nível, com a exigência que o Santos tem, com o desafio de combater ou lutar para que o financeiro não seja realmente um problema, em um mercado muito competitivo, que é o mercado do futebol. E o Marcelo está conseguindo fazer isso, mantendo a casa em ordem da melhor maneira possível."
Sobre a aquisição de Brahimi, Mattos esclareceu a controvérsia inicial. "O Brahimi é bom falar, porque a contratação dele deu um ruído quando o Vojvoda disse que não o conhecia. E é óbvio que ele não conhecia. O Brahimi fez toda a carreira na França. Vojvoda não trabalhou na França. Mas, o que ele fez assim como todos nós aqui dentro? Analisou, perguntou, ligou para treinadores. E deu o ok."
Mattos enfatizou o perfil da contratação: "A torcida do Santos tem que entender que é o perfil de contratação. O Santos está se organizando para ter mais investimento, mais receita, mas, até o momento, precisamos de oportunidades como essa. Arão, Mayke, Igor Vinicius: jogadores que não estavam bem nos clubes ou estavam livres."
Brahimi: Uma Oportunidade Estratégica para o Elenco Santista
O processo de escolha de Brahimi foi meticuloso: "Brahimi foi filtrado pelo scout, Cleber Xavier aprovou e depois o Vojvoda, que se preocupou num momento em que Neymar provavelmente ficaria fora por lesão." O diretor descreve suas qualidades: "Ele tem uma característica que nós não temos aqui dentro. É uma característica de jogo associativo. E bate de fora da área, e tal. É um cara interessante. Eu acho que ele vai ser muito útil aqui. Beleza? Beleza. Porém, tem um fato que chama-se adaptação. Simples."
Mattos defende a permanência do jogador: "O Brahimi está num processo de adaptação. Pegou um Santos brigando contra Z-4, técnico novo, um jogo atrás do outro. Não está em nenhuma lista de dispensa. Vai se reapresentar normalmente. Se houver alguma proposta interessante, a gente avalia. Mas isso vale para ele e qualquer outro do elenco ."
Questionado sobre a necessidade de negociar jovens talentos, como Souza e Robinho Jr., na atual janela, Mattos foi categórico: "Falo sem medo de errar: todos os clubes do futebol brasileiro têm essa necessidade. Todos. Palmeiras vendeu, não vendeu? Estêvão... Em janeiro, eu fui lá no Flamengo comprar o Fabrício Bruno para o Cruzeiro e escutei da boca do presidente deles que precisava do dinheiro à vista para equilibrar o caixa zerado. O Flamengo, hein!?" Sobre a liberação de folha salarial, o diretor explicou que "se ele sair por rescisão, eu preciso pagar todo o contrato. Isso não é abrir folha. Fazer uma venda é outra história, isso sim é abrir folha. Tirar ele e colocar outro não. Guilherme está perto de sair por venda e aí sim vamos abrir folha."
Mattos detalhou a iminente saída de Guilherme : "O Guilherme vive uma situação emocionalmente muito forte, desde quando cheguei aqui. Uma das mais fortes que vi com um atleta. E ele foi muito homem. Porque ele atuou, jogou mesmo abalado. Respirava fundo, se unia na fé que ele tem, com os jogadores, técnico e diretoria e jogava. Bem ou mal, jogava. Mas chegou num limite. Não adianta falar diferente. Eu vi. Desde o primeiro dia que cheguei aqui, sabia que ia chegar. Então, vamos vendê-lo. E aí sim vamos abrir a folha."
Movimentações no Elenco: Vendas Necessárias para Equilíbrio Financeiro
Indagado sobre a situação da renovação de Neymar , Mattos pediu cautela, afirmando que é "obvio que é um assunto do tamanho que tem e é resolvido pelo presidente. Obviamente, conversamos muito. Quero dizer que ele está no Santos porque quer, e ele quer porque está feliz de estar no Santos . O financeiro nunca foi o entrave ou uma necessidade de mudanças."
Ele reiterou o impacto do jogador: "O projeto esportivo do Neymar quando vem para o Santos , ele sabe que está se reconstruindo, vindo de uma Série B e seria difícil brigar para ser campeão brasileiro, embora a gente tenha trabalhado para isso. Neymar está aqui porque quer, vejo ele muito feliz. A presença do Neymar é impactante, em todos os sentidos."
O diretor ilustrou a influência de Neymar : "Você viu o Neymar , é impressionante quando a gente vai jogar fora, por exemplo, nós estávamos há pouco tempo lá em Caxias do Sul, né? E eu estava vendo o jogo, o estádio abarrotado, eu tive que ver o jogo de pé no meio da torcida porque estava abarrotado o estádio. A presença do Neymar é isso, né? O Juventude tinha acabado de cair. Então o outro jogo me chamou muita atenção na Recife, no Sport. Tinha uma média de público, sei lá, 4, 5 mil, 6 mil, não sei. E se esgotar todos os ingressos, muita pessoa queria entrar. Então, o Neymar é impactante." Sobre a pessoa de Neymar : "Como atleta, um dos melhores do mundo, a maior referência técnica do futebol brasileiro nos últimos 20 anos. Eu, particularmente, adoro ele. Entristece muito quem não conhece o Neymar , às vezes, falar da pessoa do Neymar . O Neymar , quem não sabe como ele é, ele é um menino do bem, humilde. Tanto que ele ajuda famílias e dezenas, talvez milhares de pessoas, tiveram a vida impactada por meio do Neymar , do instituto dele, das coisas dele. É um cara que só contribui e, às vezes, é massacrado, não por aquilo que ele produz em campo, mas por situações que não diz respeito a ninguém. Mas ele é homem. A tendência é de que ele fique e tomara que fique, porque acho que ele está começando a se adaptar também ao futebol brasileiro, depois de muitos anos fora."
Neymar no Santos: Felicidade e Impacto Além das Quatro Linhas
A avaliação de Mattos sobre o treinador Vojvoda é bastante positiva: "Eu acho que o Vojvoda casou muito bem, sabe? É um cara simples, correto. Tem um bom trato, um bom diálogo, está com muita fome, muita vontade de vencer. Respeita muito o Santos , a história do Santos . Foi por isso até que ele veio também."
O diretor complementa: "Ele estava num momento talvez de dar um tempo, mas ele viu no Santos tudo o que busca. É um cara que procura tirar o melhor das pessoas, não sai despachando tudo. Não, calma. Às vezes escuta também, né? Calma. Ele mesmo se cobra muito, assim como eu, a gente se cobra muito. Então, acho que o casamento está dando certo e tenho certeza de que tem tudo pra continuar nessa evolução. Ah, vai ser 100%, vai errar nunca. Claro que não. Ah, não vamos ter estabilidade. Todas as equipes do mundo têm estabilidade, têm bons momentos, momentos em que precisa se recuperar."
Sobre pedidos de reforços e possíveis contatos com o Fortaleza para ex-atletas de Vojvoda, Mattos respondeu: "Gosto muito do Marcelo Paz (CEO da SAF Fortaleza). Gosto muito do Marcelo . Liguei para dar um abraço a ele. Acho que é um clube que vem fazendo muito bem há tantos anos, né? O rebaixamento é um pecado, mas é da bola, né? Acontece. Não tenha dúvida nenhuma, quando a gente tiver a contratação, seja qual for, vamos mostrar. Claro que o Santos está dando uma mexidinha, mas de novo, quero equilibrar a expectativa, não vai ter reformulação, o Santos vai ser muito pontual, algum outro jogador que está num momento de dificuldade nós vamos tentar recuperar, isso tudo que eu disse aqui várias vezes, porque é assim que o Santos tem que fazer para sua organização."
Vojvoda: A Parceria Ideal para a Reconstrução Santista
Em sua autoavaliação, Mattos enfatizou a importância da calma e da recuperação interna. "Eu acho que a questão de acerto é aquilo que eu falei, calma. Se fosse de maneira impossível, talvez seria até natural para o profissional, no meu caso, vamos tocar, isso não está dando certo, vamos tirar. Como eu disse, dos 11 do último jogo, sete passaram por esse processo e quase saíram. Ou eram mandados embora pela internet do Santos . E a gente teve calma, vamos recuperar os caras, são bons jogadores, não está dando certo, por que não está dando? Vamos recuperar."
Ele defende a continuidade: "Eles não têm condição de sair trocando jogador, buscando toda hora. Vamos com calma, vamos recuperar. Acho que essa tranquilidade de buscar o melhor de cada um aqui dentro, seja colaborador, seja comissão técnica, Eu acho que eu consegui contribuir, busquei fazer isso com muita tranquilidade e vou continuar fazendo assim. Porque o Santos tem que ser feito assim, não tem outra saída, tem que ser feito assim." Sobre erros: "E sobre erros, a gente erra tanto, né? A gente erra tanto, toda hora. Seja, às vezes, aqui numa entrevista, seja numa maneira de, às vezes, estar nervoso com alguma coisa, tratar uma pessoa. Às vezes, um erro de enxergar aquilo realmente que estava acontecendo e tal. Mas a gente tem que estar sempre tentando acertar mais, errar menos. Eu acho que são coisas naturais que a gente tem que melhorar sempre."
Questionado se teve receio em aceitar a proposta do Santos , dado que o clube demitiu três diretores no ano (Alexandre Gallo, Paulo Bracks e Pedro Martins), e o risco de "se queimar", Mattos respondeu com serenidade: "Depois de 20 anos de carreira, a gente tem que controlar aquilo que está no controle. O que vai se fazer, o que outras pessoas vão tomar de decisão... isso aí não está no meu controle. Meu controle é fazer o meu melhor sempre. E eu sou um profissional que acredito muito no trabalho. Acredito muito em trabalhar, em buscar fazer o melhor e se precisar reajustar, se precisar corrigir, fazer isso tudo. Entender que na hora de errar tem a humildade de assumir e junto das pessoas consertar. É isso."
A Filosofia de Mattos: Calma, Recuperação e Gestão Humanizada
Mattos delineou sua abordagem distintiva de gestão: "Procuro fazer um pouco diferente. Ninguém é melhor que ninguém, mas as pessoas são diferentes, as pessoas têm características diferentes. Então, a minha característica é essa de tentar ser um agregador, trazer todo mundo pra dentro, lutar pelas coisas com muita garra, muita vontade, muito coração. Eu sou assim. Então, é isso que eu faço no meu dia a dia. E medo? Medo é de não conseguir ajudar as pessoas. Medo de eu sair ou não sair,? Medo de o que vai acontecer? Não tenho esse medo. Eu tenho medo de não estar pronto para conseguir contribuir no projeto e contribuir com as pessoas. Fora isso, está tudo bem."
Ele também abordou a instabilidade de cargos no futebol: "Adianta ficar trocando toda hora? Então acho que a gente tem que... é uma coisa mais da gestão entender que, obviamente, tem que achar o perfil, não sou melhor que Gallo, que o Bracks, ninguém é melhor que ninguém. Nós somos todos diferentes. Cada um tem uma maneira de agir, uma característica diferente. Acho que o Santos tem que procurar esse profissional e procurar o máximo possível de tempo para as coisas acontecerem. A gente sabe que no futebol ninguém dá tempo. No futebol você tem que dar resultado para conseguir um pouquinho de tempo. Inverso do mundo corporativo, que você ganha tempo a dar resultado. Mas eu acho que é por aqui, né? Buscar a característica que combine com as pessoas e com o clube."
Ao ser interpelado se a filosofia de equilíbrio, reforços cirúrgicos e alinhamento com a realidade financeira do clube implicaria em anos sem títulos, Mattos respondeu com clareza: "O título, a gente vai estar sempre com o objetivo. Eu quero ser campeão, todo mundo quer ser campeão. Tenho certeza de que todos os jogadores, o presidente, todos os colaboradores, nós vamos trabalhar muito para que isso aconteça. Eu acho que a organização e o desejo com o trabalho, com a qualidade, mas sabendo superar dificuldades, ela nos aproxima de coisas boas."
Ele concluiu: "Se essa coisa boa vai ser uma classificação, se vai ser um título, o tempo vai dizer. O Santos precisa ainda, ele está passando pelo processo, precisa ainda sofrer junto esse processo. Vamos ter que ser mais competentes para agilizar, para tentar conquistas. Mas dá tempo, vai ser assim... O que nós temos que fazer é nos organizar, continuar nos organizando, que é ao que gente vem fazendo, e isso vai aproximar a gente de ter uma possibilidade de pensar em coisas maiores."
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