Remo Brilha: Como um Clube do Pará Desafia a Lógica do Futebol Brasileiro em Arrecadação

O cenário do futebol brasileiro em 2025 apresentou surpresas significativas no que diz respeito ao engajamento de torcidas. Longe dos holofotes habituais do eixo Sul-Sudeste, o futebol paraense, notadamente através do Clube do Remo, demonstrou uma força impressionante nas arquibancadas, redefinindo expectativas sobre a paixão e o compromisso dos fãs com seus clubes.

O Leão Azulino encerrou a temporada como a equipe do estado com o desempenho mais notável em termos de presença de público e arrecadação, superando o seu arquirrival Paysandu e, mais impressionante, posicionando-se entre os destaques do panorama nacional. Esta performance eleva o debate sobre a real capacidade de mobilização de torcidas em diferentes regiões do país.

O Fenômeno Azulino: Um Novo Patamar de Engajamento

Ao longo de 2025, o Clube do Remo disputou um total de 27 partidas em seus domínios com a presença de torcedores. Segundo dados compilados pelo Gato Mestre, o clube atraiu um impressionante total de 474.790 espectadores aos estádios. Essa marca se traduz em uma média de 17.585 pagantes por jogo, um número que o colocou na 18ª posição entre as maiores médias de público do Brasil.

É notável que tal desempenho superou o de diversas equipes consideradas tradicionais no cenário nacional, incluindo aquelas que disputaram divisões superiores. A consistência da torcida azulina, que manteve uma presença robusta independentemente da competição, é um testemunho da sua força e fidelidade, desafiando a lógica que muitas vezes associa grandes públicos apenas a grandes centros ou divisões de elite.

Potência Financeira: Remo Lidera Arrecadação no Norte

Além do destaque em público, o Remo também se consolidou como líder em arrecadação no Pará. A receita bruta do clube com bilheteria alcançou a cifra de R$ 20,6 milhões ao longo da temporada, com uma média de R$ 763 mil por partida. Estes números garantiram ao Remo a 15ª colocação no ranking nacional de médias de renda, solidificando sua posição não apenas como um fenômeno de público, mas também como uma força econômica regional no futebol.

Para ilustrar a performance do Remo, apresentamos um resumo de seus dados:

O Contraste Regional: Remo vs. Paysandu em Números

Em contrapartida, o Paysandu, outro gigante do futebol paraense, também registrou números expressivos, mas ficou abaixo do rival em ambas as métricas. O clube bicolor realizou 32 jogos em casa, atraindo um total de 335.321 torcedores, o que resulta em uma média de 10.479 pagantes por partida. Este desempenho o posicionou na 22ª colocação no ranking nacional de público.

No aspecto financeiro, o Paysandu encerrou a temporada com uma arrecadação de R$ 11,4 milhões em bilheteria, com uma média de R$ 356 mil por jogo, ocupando a 23ª posição entre os clubes brasileiros nesse quesito.

Abaixo, os dados comparativos do Paysandu:

Reflexões para o Cenário Nacional: Além do Eixo

Os números do Remo em 2025 não são apenas uma estatística local; eles representam um marco e uma provocação ao cenário do futebol nacional. A capacidade de um clube fora dos grandes centros econômicos e midiáticos de superar em engajamento e arrecadação financeiras equipes de maior tradição e visibilidade em divisões superiores, exige uma análise profunda.

Este fenômeno sublinha a paixão intrínseca ao futebol brasileiro, muitas vezes subestimada em regiões distantes dos holofotes, e levanta questões pertinentes sobre a gestão, o marketing e a conexão entre clubes e suas torcidas em outras praças. Para clubes de grande história, mas que enfrentam desafios de engajamento, a performance do Remo serve como um espelho, incitando reflexões sobre como manter e expandir a base de torcedores em um ambiente cada vez mais competitivo e exigente.