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Neymar Volta ao Santos: Vojvoda Detalha Estratégia e Desempenho do Time

Por Redação FutSantos em 25/11/2025 00:02

Após o empate em 1 a 1 contra o Internacional, no Beira-Rio, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico do Santos, Juan Pablo Vojvoda, concedeu coletiva de imprensa, abordando temas cruciais para o futuro do Alvinegro Praiano. O treinador argentino detalhou a condição de Neymar e fez uma autocrítica severa sobre o desempenho da equipe, especialmente na primeira etapa do confronto.

Neymar e o Retorno Estratégico para o Santos

A grande questão que pairava sobre a ausência de Neymar no embate contra o Colorado foi prontamente esclarecida pelo comandante. Vojvoda revelou que a decisão de preservar o camisa 10 foi fruto de uma preocupação com o joelho esquerdo do atleta e de um diálogo franco entre ambos. O planejamento, segundo o técnico, visa garantir a plena capacidade do jogador nos compromissos restantes da competição.

O atacante, que treinou na Baixada Santista nesta segunda-feira, está confirmado para o próximo desafio do Peixe, na sexta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), contra o Sport, na Vila Belmiro. Vojvoda enfatizou a importância do craque neste momento decisivo.

É um jogador que precisamos nas últimas três rodadas. Ele vai nos ajudar e está com esse compromisso dessa classe de jogador, nosso líder dentro do campo. Ele vai estar. Eu falei com ele, eu e ele sentíamos que ele não ia conseguir corresponder a exigência da partida de hoje.

O argentino ainda reforçou que a decisão final sobre a participação de Neymar sempre respeitará a condição do próprio atleta. "O planejamento é que ele esteja para a partida do Sport. Lógico que tenho que falar com ele, não estou no corpo dele. Eu vou respeitar essas decisões do Neymar . O compromisso dele é de estar sempre. Ele sempre quer estar", declarou Vojvoda.

O histórico recente de Neymar justificou a cautela. O jogador havia sentido um desconforto no joelho antes e durante o jogo contra o Mirassol, com uma intensificação no dia seguinte. Diante da sequência apertada de jogos e viagens, a comissão técnica optou por não arriscar a condição física do principal nome da equipe.

Análise do Empate: Autocrítica e Reação Alvinegra

Ao analisar o desempenho da equipe no empate com o Internacional, Vojvoda não hesitou em assumir a total responsabilidade pelas escolhas táticas e pelas sete mudanças na escalação inicial. O primeiro tempo, em particular, foi alvo de críticas contundentes do próprio treinador, que viu o Santos ser dominado pelo adversário.

O primeiro tempo foi ruim. O responsável sou eu. Sou o máximo responsável porque tomo as decisões. Sobre as sete mudanças, esperava a pergunta. Três ou quatro mudanças da partida passada foram obrigatórias. Quanto ao zagueiro, Neymar, desgaste físico também. É a realidade. Não respondemos ao que planejamos no primeiro tempo. Primeiro tempo ruim. No intervalo estávamos chateados, arrumamos o time. Isso é futebol. Nestes momentos o mental joga muito.

A disparidade no volume de jogo foi notória: 14 finalizações do Colorado contra nenhuma do Peixe na etapa inicial. Contudo, o segundo tempo apresentou uma melhora significativa, que permitiu ao Santos conquistar um ponto fora de casa, um resultado que Vojvoda valorizou, apesar das ressalvas sobre a performance inicial.

Existem jogadores que podem dar mais e vão dar mais. Jogadores que entravam no segundo tempo porque estavam num bom nível e todos pediam, e sentiram o jogo no primeiro tempo porque estava todo desencaixado. Assumo a responsabilidade. Mas o segundo tempo conseguimos um ponto, valorizamos ele. Mas tem que ter aprendizado desse primeiro tempo. Sou o primeiro a levantar a mão para aprender com o primeiro tempo.

A Luta Mental na Zona de Rebaixamento

Vojvoda aprofundou-se na complexidade de disputar a parte inferior da tabela, destacando o aspecto psicológico da batalha contra o rebaixamento. O técnico expressou seu desejo de vitória, mas reconheceu que o cenário do primeiro tempo não condizia com as expectativas de finalizações, posse de bola e duelos ganhos.

O treinador salientou que, em momentos de adversidade, a equipe não joga apenas contra o oponente, mas contra si mesma e contra a pressão da tabela. "Quando o time está perdendo e jogando mal, você joga contra o adversário e contra você mesmo. Compreende? Você joga contra você mesmo. Nessa situação o jogador joga contra a tabela, contra o objetivo de evitar o que estamos evitando. Joga contra a própria mente. Isso temos que superar nesses momentos. Temos um grupo forte nisso. Não é o mesmo brigar em cima e brigar embaixo. Tem que forte para brigar embaixo. Tem que estar forte, unido e nossa torcida estar com a gente. Depois, quando seja o momento de vaiar, vamos aceitar. Eu quero que o jogador e o time precisa. Estar unido, com a torcida. Sabemos que estamos devendo à torcida, mas neste momento a torcida estará conosco também", ponderou.

Exigência e Compromisso: O Caminho para a Permanência

Questionado sobre a força necessária para escapar da zona de perigo, Vojvoda foi enfático ao exigir um comprometimento total de seus comandados. Ele contrastou a motivação em fases vitoriosas, onde todos querem participar, com a dificuldade de encontrar a mesma disposição em tempos desafiadores.

É ver como respondem nos momentos bons, nos momentos que brigamos acima, por títulos. Todos respondem, todos estão motivados, todo mundo quer jogar desde o começo. Quem não joga desde o começo está pronto para entrar. Nestes momentos, os difíceis, é tudo o contrário. Todo mundo quer jogar ou só querem jogar os fortes? Todo mundo quer entrar nesse momento? É disso que precisamos. Eu estou à frente de um grupo onde nenhum em nenhum momento levantou a mão e pediu para não jogar. Eu vou exigir isso. Nestes momentos difíceis você tem que estar aqui. Eu compreendo, vou estar ao lado. Mas quero que no momento difícil quero que você seja o primeiro a levantar a mão, seja na Vila ou fora, querer jogar. Mas estão vaiando? Eu quero jogar. Depois serei eu que vou decidir.

Aos torcedores, o técnico fez uma promessa firme: "Ao torcedor eu quero garantir isso. Eu quero permanecer na Série A. É o que eu quero, é pelo que vou brigar e trabalhar até o último minuto e vamos conseguir. Essa briga, esse sangue que necessitamos para esse momento difícil que estamos vivendo. Estou um pouco, me entende. Vou estar mais calmo, mas é o sentimento que sinto nesse momento."

Justificativa das Mudanças e Confiança no Elenco

Sobre as substituições, especialmente a questão dos laterais Mayke e Igor Vinicius, Vojvoda explicou que algumas alterações foram forçadas, como a de Mayke, que estava pendurado, e outras visavam fortalecer o meio-campo. Ele mencionou a entrada de Souza após um problema de Escobar e a de Bontempo devido ao desgaste de Benjamín (Rollheiser).

O treinador fez questão de ressaltar que suas decisões não se baseiam apenas no rendimento individual momentâneo, mas na estratégia e na condição física geral. Mayke, por exemplo, é um jogador experiente que tem consciência de seu desempenho. Vojvoda valoriza a continuidade e a resiliência dos atletas.

Estou dentro do campo, existem cinco mudanças, e eu valorizo isso. Num momento que não está bem, mas ele continua, continua. Era uma estratégia também. Mudamos os laterais e fomos para frente. Igor na partida passada não completou os 90 minutos. Entendo o torcedor porque o Igor estava jogando bem. A sequência do Igor era de três ou quatro partidas seguidas. O Souza também.

Vojvoda concluiu sua coletiva reforçando a necessidade de jogadores com força e capacidade física para responder aos desafios atuais. Ele admitiu a possibilidade de erros em suas escolhas, mas reiterou sua confiança no grupo, especialmente nos momentos de adversidade. "Nos momentos ruins é onde tenho que confiar mais. Nos momentos ruins, quando o jogador não está bem, tenho que exigir e cobrar, como cobrei no primeiro tempo. Digo que confio, que ele vai jogar e não vai pedir uma troca no intervalo. Porque vai sobrar uma só janela e tenho que decidir", finalizou o técnico, demonstrando a intensidade de sua liderança neste período decisivo para o Santos .

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