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Neymar Abre o Jogo: Lágrimas, Respostas a Críticos e o Sonho da Copa 2026 com o Santos
Por Redação FutSantos em 29/06/2025 17:12
O retorno de Neymar ao Santos, após anos de uma trajetória internacional recheada de glórias e controvérsias, trouxe consigo um momento de rara transparência. Em uma coletiva de imprensa atípica, reservada apenas para seu círculo mais íntimo de amigos e familiares, o craque abriu o coração, revelando emoções profundas e sua visão sobre o futuro. Essa configuração, longe dos holofotes tradicionais da mídia, permitiu um desabafo sincero, expondo a vulnerabilidade e a resiliência de um dos maiores nomes do futebol mundial.
Logo nos primeiros instantes da conversa, conforme registrado em material audiovisual divulgado pelo próprio clube, a emoção tomou conta do jogador. Ao abordar o incondicional suporte de seus entes queridos em sua decisão de retornar ao Peixe, Neymar não conteve as lágrimas. Era visível a gratidão e o alívio de estar novamente em um ambiente de afeto e familiaridade, longe da pressão constante dos grandes centros europeus.
Com a voz embargada, o atleta compartilhou a profundidade de seus sentimentos: ?Renovar com o Santos , estar em casa pra mim sempre foi um motivo de muita felicidade. De voltar depois de anos fora do Brasil, voltar para Santos , para a minha cidade. Estar perto dos meus amigos, das pessoas que eu amo. Vocês são a fortaleza minha. De me incentivar e fazer com que eu possa enfrentar tudo isso que enfrento?. A declaração sublinha a importância do apoio pessoal para sua estabilidade e performance.
O Foco no Presente e a Ambição da Copa
A entrevista prosseguiu com uma reflexão sobre os desafios superados e a paixão pelo esporte. ?Fico muito emocionado, muito feliz porque vocês, mais do que ninguém, sabem do que eu passo e já passei. Sabem do amor que eu tenho, que é jogar futebol. E quando eu faço isso dentro de campo, com vocês perto, me sinto mais forte, mais seguro. Pra mim é motivo de muita felicidade quando eu piso em campo, olho para a arquibancada e estão vocês lá?, expressou Neymar , elucidando como a presença de seus próximos o fortalece no campo de jogo.
Questionado sobre as projeções para sua carreira no Santos , o camisa 10 demonstrou um pragmatismo notável, optando por concentrar-se no momento atual. Após enfrentar duas lesões musculares significativas neste ano, seu objetivo primordial é recuperar integralmente a condição física. ?Eu não gosto de falar nada de futuro. Gosto de viver o presente, o agora, que eu acho que é o mais importante. O presente agora é eu voltar ao meu 100%, eu estar bem, dentro de campo porque sei que ali é onde posso fazer diferença. É o que eu pretendo fazer. Estou me dedicando ao máximo para que eu possa estar em campo ali, trazendo alegria?, afirmou, evidenciando uma maturidade em sua abordagem.
Apesar dos 33 anos, Neymar mantém acesa a chama da ambição. Embora reconheça as conquistas já alcançadas, que o fariam encerrar a carreira com satisfação caso o mundo terminasse hoje, ele se mostra insaciável por novas vitórias. A Copa do Mundo de 2026, em particular, figura como um objetivo central. ?Me sinto bem ainda fisicamente, bem mentalmente, principalmente, para que eu possa ir em busca de mais coisas. Óbvio que todo mundo que está aqui sabe do sonho que eu tenho de ganhar a Copa do Mundo. Eu tenho um tempo, não grande, mas a Copa do Mundo está logo ali. Vocês sabem do processo, do quão duro foram esses últimos anos. Mas ainda me sinto forte o suficiente para enfrentar muitas coisas, para tentar realizar meu sonho que é a Copa do Mundo?, declarou, reforçando sua determinação. Ele concluiu sobre o futuro: ?Meu futuro ainda é uma caixinha de surpresas, a gente não sabe o que vai acontecer. Mas, neste presente, vou fazer de tudo para que lá na frente a gente possa comemorar bastante.?

A Percepção das Críticas e o Verdadeiro Legado
Um dos pontos mais sensíveis abordados foi a constante exposição a críticas, especialmente aquelas relacionadas ao seu comportamento fora dos gramados. Neymar admitiu que, por vezes, sente-se atingido por julgamentos alheios, mas fez questão de ressaltar a falibilidade humana e sua essência como indivíduo. ?É difícil responder algo assim para essas pessoas que não entendem absolutamente nada do que acontece na nossa vida. Não sei. É pedir paciência (risos). E dizer que todo mundo erra, todo mundo é um ser humano cheio de sonhos, vontades, histórias. Você não conhece o que o cara está passando naquele momento?, ponderou, defendendo a complexidade da condição humana.
O jogador expressou a dificuldade em lidar com comentários que distorcem sua imagem e a de seus próximos. ?É difícil assimilar, às vezes, quando as pessoas falam algo errado de mim, da gente, dos meus amigos, do meu pai, da minha família. Você conhece as pessoas e acaba escutando coisas que não são agradáveis, você fica chateado, você fica triste. É óbvio que passei a minha carreira às vezes um pouco triste por causa disso. De pessoas que não me conheciam e não falavam somente do meu futebol, e sim da pessoa que eu era. Eu sei que sou uma pessoa boa. É difícil você confrontar essas pessoas?, desabafou, revelando o peso da incompreensão pública.
Questionado sobre o que gostaria que fosse o foco de uma coletiva de imprensa, Neymar enfatizou a importância do desempenho em campo, lamentando a superficialidade do debate atual. ?Ali que eu trabalho para fazer aquilo, que é dentro de campo. Hoje em dia, com a internet e redes sociais, eu acho que é difícil as pessoas cobrarem o atleta em si, ainda mias aqui no Brasil. Digo no futebol. Qualquer outra profissão, eu acho que a galera só cobra normalmente. Obviamente que é ruim, é triste você ser julgado de uma forma às vezes até odiado por pessoas que não te conhecem, que não estão no seu dia a dia, que não sabem do esforço que você faz por você e pelos seus?, pontuou. Apesar da dor causada por certas narrativas, ele se mantém mentalmente forte: ?É muito triste você parar para ver coisas na internet que não são realidade. Eu, graças a Deus, tenho mental muito forte com internet para isso. Quando aparece, às vezes olho, mas não me machuca. Não me machuca mentalmente. Me dói, me deixa triste, fico puto, mas não me machuca como eles querem.?
Medos, Motivações e o Impacto na Carreira
Em um momento de profunda introspecção, Neymar revelou seu único temor na vida: a perda da memória. ?O único medo que eu tenho é ter uma doença que eu esqueça tudo, eu acho que esse é o único medo que eu tenho, de você perder a sua memória e não se lembrar de quem você é, da história que você teve, do legado que você deixou, das pessoas que te acompanharam a vida inteira. Esse é o único pavor que eu tenho?, confessou, expondo uma vulnerabilidade comum a muitos, mas raramente expressa por figuras públicas de sua magnitude.
A conversa também abordou a satisfação em contribuir para a reconstrução do Santos . ?É muito gratificante poder estar num local onde você tem muitas histórias. Nós estivemos aqui quando eu vinha jogar com a base, os jogos de sábado normalmente. Ou domingo, se não me engano, não lembro. Mas sábado ou domingo de manhã a gente sempre via pra cá porque tinha jogo. Quando passei a treinar aqui, o meu sonho estava muito mais perto. Quando vim para cá era o Juniores, estava perto do profissional. Era meu sonho. Eu via mais perto do que nunca de me tornar, realmente, um jogador de futebol. Hoje estar voltando para cá nessa reestruturação do Santos . Estar fazendo algo diferente pelo Santos , não só dentro de campo, mas ajudando o clube de alguma forma é um prazer muito grande. Você poder um clube que te deu oportunidade, que abriu as portas da vida futebolística para que você pudesse alcançar seus sonhos, para que você pudesse mudar a sua geração, não só familiar, mas como de todos os meus amigos também. Eu estar podendo retribuir isso que o Santos fez por mim é maravilhoso. Então, poder estar fazendo parte desse processo inteiro é muito gratificante?, detalhou, evidenciando seu compromisso com o clube que o revelou.
Ao se dirigir ao ?Neymar menino? que sonhava em ser jogador, o craque transmitiu uma mensagem de validação e orgulho. ?Tem um quadro que ganhei na última Copa do Mundo. Todo jogador ganhou. Uma foto muito pequenininha. E a foto que estava lá era eu com a camisa do Santos . Esse quadro está em casa. A primeira coisa que eu fiz foi escrever a frase: ?A gente conseguiu?. Fui um menino sonhador. Cheio de sonhos, cheio de conquistas e vontades. Hoje já um homem que conquistou muita coisa na vida. Que conseguiu conquistar todos os seus sonhos pessoais. No profissional todo mundo sabe que falta a Copa do Mundo ainda, mas é a única coisa. Eu falo isso pra ele. Acho que valeu a pena passar por tudo que eu passei. Valeu a pena deixar de ir em passeios escolares, de sair com os amigos. Eu tinha que encontrar meus amigos na praia e eu não podia porque tinha treino, porque tinha que descansar para jogar. Acho que valeu todo esforço. Hoje eu posso dizer isso pra ele. A gente conseguiu e o esforço foi válido?, expressou, sintetizando a jornada de sacrifícios e triunfos.
Sobre o que ilumina seus olhos, o jogador apontou para seus filhos na esfera pessoal, e para a paixão inabalável pelo futebol na profissional. ?Na vida pessoal o que faz meus olhos brilharem são meus filhos. Acho que esse é um presente que Deus me deu. Você que é mãe sabe como é. São eles que fazem meus olhos continuarem brilhando. Agora, profissional, é a vontade que eu sinto ainda de jogar futebol. Enquanto eu sentir que eu posso jogar futebol, que eu continuo amando, sentindo friozinho na barriga antes dos jogos para jogar futebol, eu vou continuar. Isso, no profissional, é o que me faz mover, é a paixão que ainda sinto de jogar futebol?, explicou, revelando as forças motrizes de sua existência.
A Celebração na Vila e o Auge da Performance
A festa de apresentação na Vila Belmiro foi um marco, uma experiência que transcendeu as expectativas do próprio Neymar . ?Foi uma mistura de sentimentos que é difícil de você explicar. Desde quando eu saí da Arábia, estava ansioso demais para vir. Tudo foi vivido com muito amor, porque desde quando eu saí de lá, eu pisei no Brasil e quando eu cheguei na Vila Belmiro, foi incrível. Foi uma das melhores sensações que eu vou ter na vida de você poder chegar e falar ?cara, está acontecendo?. Lembro que cheguei esgotado em casa em Mangaratiba, vivendo esse dia incrível, mas eu queria ver tudo aquilo de novo. Eu não largava o meu telefone. Ficava vendo, porque eu queria que aquele sentimento que eu tive no campo ali voltasse. Só que não voltou. Só no campo ali que eu senti aquele sentimento inexplicável. Foi maravilhoso demais. Eu nunca imaginei poder ser recebido daquela forma, por mais que eu soubesse que era ídolo no Santos . Ser recebido daquela forma, ter aquela festa, ter aqueles pessoas, na chuva, todos vocês ali, eu mesmo nos meus melhores sonhos eu não poderia imaginar isso. Foi tudo perfeito?, rememorou, destacando a magnitude da recepção.
A reflexão sobre seu legado no futebol revelou uma humildade e gratidão profundas. ?Deixar um legado nunca imaginei, em momento nenhum, de ser quem eu sou hoje, de ter o nome que eu tenho. Sempre fui um cara de muito sonhos e que lutei muito por isso. Tive inspirações na minha vida, uma delas foi o Robinho. Ronaldo, Ronaldinho, enfim, diversos jogadores que foram inspirações para mim. Você ser uma inspiração, hoje, você ver os jovens que estão despontando no mundo, que são os melhores jogadores do mundo hoje, falarem com muito carinho do seu nome, falarem que você é referência para ele, que você é o ídolo do cara, é uma alegria enorme, porque é um legado que você está deixando no futebol quando você se torna uma inspiração para diversos jogadores, é porque fez algo pelo futebol. O meu papel está feito pelo futebol. Meu papel tá escrito. Eu deixei meu legado. Muitos vão se lembrar de mim, da forma como eu jogava, da forma como eu vejo a vida, da forma como eu carrego os meus amigos e a minha família. Isso é o que há de mais importante. Esse legado, não só futebolisticamente, mas como para família, de tudo que a gente faz, até o instituto, que a gente tem há dez anos. De você poder encontrar alguns deles nos trabalhos, na rua, e vim só te agradecer, só dizer obrigado por tudo que você fez por mim no instituto, não tem o que falar. É só sentimento de muita felicidade, muita gratidão a Deus, por nos dar sabedoria, para a gente poder continuar fazendo tudo isso que a gente vem fazendo. Esse legado, para mim, é muito especial. É muito especial você chegar aqui, estar sendo recebido de uma forma diferente, olhares com muito carinho, ter seu nome numa camisa hoje, comemorando algum gol que você fez, algum título que você tem. Quando eu vejo isso, eu falo ?consegui deixar um legado muito bom no mundo?. Essa é a alegria que eu tenho?, discorreu, articulando a amplitude de sua influência.
Ainda sobre o que o impulsiona no esporte, a resposta é categórica: o amor pelo futebol. ?O que me move é o amor que eu sinto pelo futebol ainda. A vontade que eu sinto de jogar, de estar em campo, é o que me move todo dia. O que me faz acordar, ir treinar. É o amor que eu sinto pelo futebol. E o amor que eu sinto pelo futebol nunca vai acabar, sempre vai ficar para o resto da vida. Só que uma hora o tesão de jogar, por eu não conseguir mais, por eu não conseguir mais performar como eu quero, uma hora vai acabar. E aí onde vou decidir só ficar com vocês, aproveitar a vida com vocês. Vai ser isso, enquanto isso eu tiver com tesão lá em cima, querendo jogar futebol, você vai ter que me dividir, mozão?, finalizou, com um toque de leveza sobre o inevitável fim da carreira.
Ao recordar os períodos de maior brilho em sua carreira, Neymar apontou para múltiplos ?primes?, mas destacou um em particular. ?Qual foi o meu prime? Meu prime, tive alguns primes. Teve prime no Santos , no Barcelona, mas eu acho que o auge futebolístico, de tudo, foi no Paris Saint-Germain, em 2017, 2018, 2019, até 2020 mesmo, que fomos para a final da Champions League. Eu acho que esses quatro anos, quando eu estava jogando, eu era imparável. Mas infelizmente acabei sendo parado pelas lesões, que fazem parte da carreira de um atleta, mas esses quatro anos foram os quatro anos que eu estava mais preparado para jogar futebol?, concluiu, reconhecendo a interrupção de um período de dominância por fatores físicos.
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