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Leo Godoy Deixa Santos: Análise Crítica da Frustração e Mercado do Peixe

Por Redação FutSantos em 10/06/2025 08:12

A Reestruturação Necessária no Santos e a Primeira Baixa

O Santos, imerso em um processo contínuo de reestruturação e diante de uma realidade financeira que impõe cautela, inicia um novo ciclo no mercado de transferências. A gestão do clube, sob a liderança do presidente Marcelo Teixeira e com a recente chegada do executivo de futebol Alexandre Mattos, sinaliza a necessidade de ajustes significativos em seu elenco. A saída de alguns nomes, visando o equilíbrio da folha salarial e a otimização do plantel, torna-se uma prioridade inegável, e o setor da lateral direita já figura como um dos pontos cruciais para futuras movimentações.

Nesse cenário de reformulação, a primeira peça a deixar o Alvinegro Praiano é o lateral-direito argentino Leo Godoy. O atleta, que estava emprestado pelo Athletico-PR, teve sua permanência no clube paulista oficialmente encerrada. Sua remoção da lista de jogadores inscritos no sistema da CBF serviu como um indicativo claro de sua partida, posteriormente corroborada pela confirmação do presidente Marcelo Teixeira, que validou a liberação do jogador em virtude de uma negociação em andamento.

A concretização da transferência de Godoy para o Independiente, da Argentina, conforme noticiado pela imprensa do país vizinho, parece estar em fase avançada, aguardando apenas os detalhes finais para o acerto pessoal do jogador de 30 anos com o clube argentino. Esta movimentação, portanto, não é isolada; ela marca o início de um período de dispensas no Santos , um passo fundamental para sanear as finanças e adequar o grupo às necessidades e à capacidade econômica do Peixe.

O recém-empossado executivo de futebol, Alexandre Mattos, já havia sinalizado publicamente a imperatividade de "um ajuste ou outro" no plantel durante a vindoura janela de transferências. A lateral direita, em particular, emerge como uma posição estratégica onde o Santos buscará, com urgência, novas opções que possam, de fato, agregar valor e consistência ao time.

Leo Godoy Deixa Santos: Análise Crítica da Frustração e Mercado do Peixe
Foto: (Raul Baretta/ Santos FC)

Da Promessa à Desilusão: A Trajetória de Godoy no Peixe

A curta trajetória de Leo Godoy no Santos , que se estendeu por aproximadamente seis meses, pode ser sumariamente descrita como uma transição da expectativa inicial para a desilusão. O defensor se despede da Vila Belmiro com um registro modesto de 20 partidas disputadas e apenas um gol anotado, números que, por si só, já apontam para uma performance aquém do esperado.

O perfil ofensivo do argentino, que o destacou em sua passagem pelo Estudiantes, culminando na conquista da Copa da Argentina, foi o principal atrativo para sua vinda ao Peixe. Contudo, sua temporada anterior no Athletico-PR já havia sido marcada por uma notável inconstância, alternando momentos de brilho com períodos de desempenho discreto.

No clube paranaense, Godoy chegou a consolidar-se como titular sob o comando de Cuca, mas viu seu espaço diminuir consideravelmente após a saída do treinador. Em sua última temporada completa pelo Furacão (referente a 2023, antes de sua chegada ao Santos ), ele esteve em campo em 42 das 73 partidas da equipe, sendo titular em 32 delas, com um gol e quatro assistências, dados que revelam uma participação relevante, mas não necessariamente de destaque.

Ao chegar ao Santos , Godoy inicialmente conquistou a posição de titular sob a batuta de Pedro Caixinha, superando o jovem JP Chermont. Entretanto, a promessa de estabilidade se desfez rapidamente; ao longo do Campeonato Paulista, seu rendimento oscilou, resultando na perda da titularidade e na sua consequente ida para o banco de reservas.

A Relação com a Torcida e as Incertezas Táticas

Além da inconstância tática, Godoy também enfrentou uma relação delicada com a torcida. As arquibancadas da Vila Belmiro, notórias por sua exigência, não tardaram a manifestar insatisfação com as atuações do lateral. O clamor por uma aposta em JP Chermont, cria da base santista, tornou-se cada vez mais evidente, refletindo a preferência por um talento forjado no próprio clube em detrimento de uma contratação que não entregava o retorno esperado.

Curiosamente, a chegada de Rollheiser ao Santos havia gerado a expectativa de que a dupla pudesse reeditar a sinergia e os bons momentos vividos juntos no Estudiantes. E, de fato, sob a orientação de Cleber Xavier, Godoy chegou a reconquistar espaço e uma sequência como titular. No entanto, o ápice da incerteza sobre sua posição ocorreu no confronto contra o Botafogo, quando foi preterido por Escobar, um lateral-esquerdo que atuou improvisado na direita, um sinal inequívoco da falta de confiança em suas capacidades para a posição.

Com a saída de Leo Godoy, o técnico Cleber Xavier se vê agora com opções limitadas e com características distintas para a lateral direita. Aderlan é uma alternativa que se encaixa mais como um ala em esquemas com três zagueiros, oferecendo solidez defensiva, mas com pouca projeção ofensiva. Já JP Chermont, embora promissor com sua capacidade de chegada ao ataque, ainda apresenta notórias fragilidades defensivas, o que exige cautela e trabalho específico. A lacuna deixada por Godoy, portanto, não é apenas numérica, mas tática, e demandará uma solução eficaz e, possivelmente, externa.

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