Cleber Xavier no Santos: Análise da Urgência por Resultados

O empate em 1 a 1 contra o CRB, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil, apenas sublinhou uma realidade incômoda: o Santos completou três partidas sem saborear uma vitória. Este resultado modesto não só frustrou a torcida, como também evidenciou que o caminho a ser percorrido é árduo, e a necessidade de reverter o quadro é premente.

É nesse cenário de resultados insatisfatórios que Cleber Xavier assume a responsabilidade. A tarefa que se impõe ao novo comandante é clara e urgente: obter vitórias de forma imediata. O desempenho, neste momento, torna-se secundário diante da imperiosa necessidade de somar pontos e estancar a sangria que afeta o moral do elenco.

A Urgência por Resultados Imediatos

A complexidade da situação santista transcende a mera organização tática. O time padece de problemas que parecem enraizados na esfera anímica e na capacidade de manter a concentração ao longo dos 90 minutos. Some-se a isso a lista considerável de desfalques, peças que, em condições normais, figurariam entre os titulares, e tem-se um quadro desafiador para qualquer treinador.

O confronto diante do CRB serviu como um microcosmo desses desafios. Além dos já citados desfalques, a partida foi marcada por falhas individuais cruciais. O zagueiro Gil, em particular, teve uma atuação para esquecer, culminando em erros que resultaram diretamente no gol adversário e em um pênalti. Em contraponto, houve lampejos positivos, como a atuação do goleiro Gabriel Brazão, fundamental ao defender uma penalidade e realizar outras intervenções importantes, e o gol anotado por Benjamín Rollheiser.

Problemas Anímicos e Falhas de Foco

O ambiente ao redor da equipe reflete a má fase. A passagem de Pedro Caixinha parece ter deixado sequelas no aspecto anímico, reverberando na relação com a torcida. O público, visivelmente irritado e desapontado, expressou seu descontentamento de forma veemente ao final da partida contra o CRB, mesmo após um esforço inicial de apoio. Essa reação expõe uma ferida que demandará tempo e, acima de tudo, resultados para cicatrizar.

O calendário impõe um obstáculo adicional. Haverá apenas dois dias de atividades no CT antes do confronto direto contra o Grêmio, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro. Um período exíguo demais para promover ajustes significativos ou mesmo para que o novo técnico consiga imprimir sua filosofia de jogo.

Pouco Tempo para Ajustes e Próximos Desafios

A esperança de ter um tempo substancial para treinar só se materializará na semana subsequente, antes do embate contra o Ceará. Até lá, aposta-se na conversa e em correções pontuais para tentar somar pontos vitais na tabela do Brasileirão, onde o time figura na zona de rebaixamento.

Apesar da falta de tempo, Cleber Xavier demonstrou possuir ideias claras e uma comunicação direta. Sua abordagem inicial parece indicar um entendimento das dificuldades, com a aposta no diálogo para tentar corrigir falhas urgentes. Pequenos sinais táticos, como a utilização de Rollheiser em diferentes funções ou a entrada de jovens da base, sugerem um técnico com repertório, mas que, por ora, está refém da necessidade de resultados rápidos.

O desafio para Cleber Xavier é monumental. Ele precisa equilibrar a sabedoria para implementar as correções necessárias com a paciência para lidar com um ambiente externo e interno fragilizado. Tudo isso enquanto a torcida oscila entre o apoio e uma cobrança no limite, reflexo de uma espera por dias melhores que se arrasta há tempo demais.