Santos Vence com Neymar: Táticas de Cleber Xavier Sob Análise no Morumbis

O Santos, em um confronto que beirou o infortúnio, garantiu uma vitória por 3 a 1 sobre o Juventude na última segunda-feira, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O triunfo, marcado por dois tentos de Neymar, oferece um alívio momentâneo para a comissão técnica liderada por Cleber Xavier, que enfrentava considerável pressão após uma sequência de resultados insatisfatórios.

Apesar do placar favorável contra a equipe de Caxias do Sul, o período até o próximo embate contra o Cruzeiro, em Minas Gerais, será crucial para uma reavaliação profunda das escolhas estratégicas. A instabilidade defensiva e a lentidão na transição do meio-campo, falhas que quase comprometeram o resultado diante dos gaúchos, permanecem como preocupações latentes.

O Brilho Individual e as Perguntas Táticas

Os momentos de brilho individual foram, como de costume, protagonizados por atletas específicos. Rollheiser, com sua capacidade de construção ofensiva, e Barreal, que se destacou pela profundidade e velocidade, foram peças-chave na inspiração ofensiva santista durante a etapa inicial. No entanto, a decisão de substituir Rollheiser no intervalo, após receber um cartão amarelo, para a entrada de Mayke, gerou questionamentos.

Essa alteração, particularmente curiosa, resultou em um período onde o estreante Mayke atuou em conjunto com Igor Vinicius pela direita, suprimindo, ainda que por breves instantes, a fluidez ofensiva que o Peixe vinha demonstrando. Apenas com a posterior entrada de Caballero foi que Mayke pôde desempenhar sua função de lateral-direito sem "atrapalhar" a construção da equipe.

A Fragilidade Defensiva e o Ritmo Aquém

Paralelamente aos acertos, velhos problemas ressurgiram e ameaçaram a consistência do resultado. A substituição de João Basso por Gil na defesa revelou um desempenho aquém do esperado. O zagueiro demonstrou lentidão no confronto direto e um evidente déficit de ritmo de jogo, reflexo de sua baixa minutagem na temporada.

No meio-campo, João Schmidt, ocupando a vaga de Tomás Rincón, também não conseguiu se destacar. Sua atuação foi marcada por baixa intensidade e uma notável lentidão tanto na transição ofensiva quanto na recomposição defensiva, impactando diretamente a solidez do sistema. A defesa, aliás, permanece como um ponto de grande atenção, tendo sido vazada mais uma vez, elevando o preocupante número de 22 gols sofridos em 17 partidas.

Apesar desses percalços, a capacidade técnica de Neymar na finalização das jogadas foi determinante para o Santos conquistar o resultado, mesmo com alguns equívocos pontuais ao longo do embate. O Juventude, por sua vez, pagou o preço por sua ineficácia no ataque, incapaz de converter suas chegadas em gols e esbarrando nas boas intervenções de Gabriel Brazão, que teve mais uma atuação sólida.

O Fôlego de Cleber Xavier e os Próximos Desafios

A vitória confere um fôlego provisório a Cleber Xavier, garantindo sua permanência no comando técnico, ao menos, até o próximo confronto. Uma parcela da diretoria, que vinha manifestando convicção na necessidade de uma nova mudança no comando, teve seus anseios momentaneamente anulados pelo resultado positivo.

Contudo, o caminho à frente para o Santos não se mostra menos árduo. A equipe enfrentará um desafio contra o vice-líder do campeonato, fora de seus domínios, e, posteriormente, um reencontro com o Morumbis para um confronto direto contra o Vasco, um adversário que também luta nas posições inferiores da tabela. A paz conquistada é frágil e dependerá da superação nos próximos desafios.