Santos: O Mistério dos Reforços e a Estratégia de Alexandre Mattos no Mercado da Bola

A ansiedade é palpável entre os torcedores do Santos. Mesmo com a chegada de Alexandre Mattos, o novo executivo de futebol, há quase um mês, o Alvinegro Praiano segue sem anunciar oficialmente qualquer reforço para a sequência do Campeonato Brasileiro. Um cenário que, compreensivelmente, gera apreensão e muitas interrogações sobre os próximos passos da gestão.

Por trás da aparente inércia, há uma combinação de prudência financeira e uma meticulosa avaliação de mercado. O clube, ciente de suas limitações orçamentárias, adota uma postura de cautela extrema, evitando precipitações que possam comprometer ainda mais suas finanças. Essa abordagem, embora compreensível, exige paciência dos adeptos e uma comunicação transparente por parte da diretoria.

Os Acordos Próximos de Serem Selados: Detalhes e Obstáculos

Apesar da ausência de anúncios, há dois nomes que parecem estar com um pé e meio na Vila Belmiro: Igor Vinicius e Willian Arão. Ambos os acordos estão engatilhados, aguardando apenas a formalização para vestir a camisa santista. No entanto, cada caso apresenta particularidades que justificam a demora na oficialização.

A situação de Igor Vinicius, lateral-direito, demandou uma atenção especial à sua condição física. O Santos manifestou preocupação com o histórico de lombalgia do atleta durante sua passagem pelo São Paulo, solicitando exames médicos aprofundados. A boa notícia é que as avaliações foram positivas, liberando o jogador clinicamente. Com isso, Igor está em processo de rescisão contratual com o Tricolor Paulista para firmar um vínculo de dois ou três anos com o Peixe, em um acordo que prevê a manutenção de 20% dos direitos econômicos para o São Paulo.

Já o volante Willian Arão teve seu processo atrasado por questões contratuais. Seu vínculo com o Panathinaikos, da Grécia, expirou apenas na data de hoje. Ciente disso, o Santos solicitou que o jogador se apresentasse somente amanhã, permitindo que o desligamento com seu antigo clube fosse feito de forma regular. Arão, inclusive, já havia sido aprovado nos exames médicos há mais de uma semana, e seu acordo com o Alvinegro Praiano deve se estender até dezembro de 2026, com uma cláusula de renovação por mais um ano caso metas de desempenho sejam atingidas.

Alvos Estratégicos e a Busca por Reforços Específicos

Além dos nomes já encaminhados, o Santos tem um alvo bem definido para a lateral direita: Mayke, do Palmeiras. As negociações com o estafe do jogador estão avançadas, mas a oficialização depende do término da participação do rival na Copa do Mundo de Clubes. Mayke possui contrato com o Palmeiras até dezembro e, segundo informações, ainda não foi procurado para uma possível renovação. O Peixe, que mantém um bom relacionamento com a presidente Leila Pereira, nutre a expectativa de selar um acordo para contar com o ala imediatamente.

O clube também direciona seus esforços para reforçar outras duas posições cruciais: zagueiro e ponta. Contudo, até o momento, não há informações sobre negociações em estágio avançado para atletas que atuem nessas funções. A escassez de recursos financeiros impulsiona o Peixe a vasculhar o mercado em busca de alternativas economicamente viáveis, priorizando jogadores em fim de contrato, livres no mercado ou que possam ser envolvidos em trocas. Diversos nomes foram avaliados, mas a maioria não atendeu aos critérios estabelecidos.

Prioridades e Desafios por Setor: Zaga e Ataque

Apesar da busca por um novo zagueiro, a diretoria santista demonstra menor preocupação com o setor defensivo. O clube considera a possibilidade de reforçar a zaga, mas não vê urgência imediata, contando com um elenco que inclui Luan Peres, João Basso, Gil, Zé Ivaldo e Luisão. Adicionalmente, Willian Arão, caso necessário, pode atuar na função, oferecendo uma alternativa valiosa para o corpo técnico.

Recentemente, o Santos tentou, sem sucesso, a contratação de dois defensores de destaque: Ferraresi, do São Paulo, e Adryelson, do Lyon. A negociação por Ferraresi estava atrelada a uma possível troca envolvendo Diego Pituca, que acabou não se concretizando. Já Adryelson foi considerado financeiramente inviável, com sua contratação sendo praticamente descartada devido aos altos custos envolvidos.

A inquietação é significativamente maior quando o assunto é o setor ofensivo. Com a saída de Soteldo, negociado com o Fluminense, e o encerramento do contrato de empréstimo de Gabriel Veron, o Santos busca urgentemente uma opção de velocidade para atuar pelos lados do campo. Essa lacuna é vista como uma das maiores prioridades para a comissão técnica.

Nomes como o uruguaio Brian Rodríguez, do América-MEX, estão no radar do clube. O espanhol Javi Puado, do Espanyol, chegou a ser sondado, mas sua chegada é considerada improvável. Outros atletas, como Romarinho (Al-Rayyan), Vitinho (Al-Ettifaq) e Marquinhos (Spartak), foram oferecidos e analisados, mas não receberam propostas concretas. O Toluca, do México, por sua vez, não demonstrou interesse em ceder Helinho por empréstimo, frustrando uma das tentativas do Peixe.

O desafio de Alexandre Mattos e sua equipe é imenso. Equilibrar a necessidade de reforços com a realidade financeira do clube exige habilidade e paciência. A torcida, por sua vez, aguarda ansiosamente pelos primeiros anúncios, esperando que a cautela se traduza em contratações assertivas e que possam, de fato, elevar o patamar competitivo do Santos no cenário nacional.