Santos: Neymar Brilha, Robinho Jr. Surpreende – Notas e Análise Detalhada

O Teste de Ritmo e a Reentrada em Cena

O recente confronto do Santos, válido pela Vitória Cup de 2025, serviu como um laboratório crucial para a comissão técnica, especialmente visando a retomada do Campeonato Brasileiro. Mais do que o resultado, o foco recaiu sobre a oportunidade de conceder minutos de jogo ao elenco e observar a performance individual dos atletas. A partida, contra um adversário de menor expressão, permitiu a Cleber Xavier experimentar formações e testar o condicionamento físico e tático dos jogadores, com destaque para a reintrodução de figuras importantes e a ascensão de jovens promessas.

A expectativa em torno do amistoso era alta, sobretudo pela presença de Neymar, que teve uma atuação decisiva e demonstrou impacto imediato no ritmo ofensivo da equipe. Paralelamente, o jogo ofereceu uma plataforma para que outros nomes buscassem espaço e confiança, como Diego Pituca, que reencontrou as redes, e o jovem Robinho Jr., que surpreendeu com uma assistência em sua estreia profissional.

Desempenho Individual: Um Panorama Detalhado

A seguir, apresentamos a avaliação individual dos atletas do Santos , com as notas atribuídas pela imprensa especializada (GE) e pelo público, acompanhadas de uma breve observação sobre o desempenho de cada um em campo:

O Protagonismo Ofensivo: Neymar e as Novas Faces

Neymar , com a maior nota da equipe (7.5), atuou com liberdade na linha de frente, orquestrando as ações ofensivas do Santos . Sua influência foi notória na construção das jogadas, ditando o compasso do ataque. O gol de pênalti e, principalmente, a assistência para Guilherme, solidificaram sua performance, que ele próprio definiu como "Muito melhor do que cheguei", evidenciando o ganho de ritmo e confiança. Guilherme , por sua vez, demonstrou uma intensidade superior à média do elenco , criando oportunidades desde os primeiros minutos e sendo recompensado com um gol após passe de Neymar .

Ainda no setor ofensivo, Diego Pituca aproveitou a chance para balançar as redes com um belo arremate de fora da área, um momento crucial para sua confiança antes do reinício do Brasileirão. Mas a grande surpresa da noite foi a estreia de Robinho Jr. no profissional. Minutos após entrar em campo, o jovem atacante demonstrou visão de jogo ao dar a assistência para o gol de Pituca, um cartão de visitas promissor para sua carreira.

Outros atacantes tiveram momentos de destaque, mas com atuações mais oscilantes. Deivid Washington mostrou boa movimentação e teve um gol anulado, embora sua noite tenha sido discreta. Padula, por sua vez, tentou se desdobrar defensivamente, mas no ataque, suas decisões foram precipitadas, revelando certo nervosismo. Tiquinho Soares, com pouco mais de meia hora em campo, foi discreto, mas assustou o goleiro adversário com uma cobrança de falta perigosa.

A Solidez (e Faltas) da Defesa Santista

No gol, Gabriel Brazão teve uma noite tranquila, praticamente sem ser exigido pelo limitado ataque adversário. Sua participação se resumiu a poucas intervenções, inclusive com os pés. Já João Paulo, que entrou sem o ritmo ideal, não conseguiu evitar o gol da Desportiva Ferroviária, falhando no tempo de bola e na explosão para interceptar a cabeçada de Mariano.

Na linha defensiva, Escobar, improvisado na lateral direita, destacou-se pela presença ofensiva e teve um gol anulado, enquanto defensivamente enfrentou poucas dificuldades. Igor Vinícius, em sua primeira partida pelo Peixe, buscou o ataque constantemente e foi fundamental na origem do terceiro gol santista, mas deixou espaços na retaguarda. No centro da zaga, João Basso cometeu erros em passes simples, mas contribuiu na saída de bola. Zé Ivaldo, por outro lado, concedeu muito espaço para Mariano no lance do gol adversário, embora tenha feito um corte importante posteriormente. Luan Peres e Gil, este último ostentando a faixa de capitão, viveram noites discretas, com Gil marcando outro jogador no momento do gol sofrido. Souza, na lateral esquerda, desperdiçou uma boa chance, mas gerou volume ofensivo e sofreu o pênalti de Neymar , mostrando tranquilidade defensiva.

O Meio-Campo: Controle e Variações Táticas

O setor de meio-campo teve atuações variadas. Rincón se destacou na pressão alta, que resultou em contra-ataques perigosos. Zé Rafael, diante da fragilidade do oponente, teve liberdade para avançar e se aproximar da área, distribuindo bons passes e criando uma chance de gol. João Schmidt, pouco demandado na marcação, contribuiu com passes precisos e ajudou a controlar o ritmo do jogo na segunda etapa.

Entre os que entraram, Barreal desperdiçou uma ótima oportunidade no início e teve uma atuação mais contida, enquanto Gabriel Bontempo exibiu boa movimentação no apoio ao ataque, mas pecou em algumas tomadas de decisão. Rollheiser, que seria desfalque no próximo jogo por suspensão, começou em bom ritmo e quase marcou um gol de calcanhar, mostrando sua qualidade mesmo sem ter a nota oficial da partida.

A Visão do Comando Técnico e o Cenário Pós-Amistoso

Cleber Xavier, o técnico interino, obteve uma nota de 6.5, refletindo sua gestão do amistoso. Ele soube aproveitar a ocasião para realizar testes e dar ritmo aos atletas. A decisão de escalar Neymar como um meia criativo, solto atrás dos atacantes, mostrou-se acertada, potencializando a capacidade de criação do craque. Além disso, a aposta em Robinho Jr. no segundo tempo, que resultou em uma assistência, reforça a importância da base para o futuro do clube. A partida, portanto, foi um ensaio valioso para o desafio que se aproxima no Campeonato Brasileiro, permitindo ajustes e a recuperação da confiança de jogadores-chave.