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Santos: Milhões Gastos em Demissões de Técnicos - Entenda a Fatura
Por Redação FutSantos em 19/08/2025 22:14
O Santos Futebol Clube, ao longo da década atual, tem se notabilizado por uma sucessão de desligamentos de seus comandantes técnicos, gerando despesas que se acumulam em valores vultosos. A mais recente destas movimentações financeiras significativas envolve Cléber Xavier, cujo vínculo com a equipe foi encerrado no último domingo, 17 de agosto. A decisão veio logo após a contundente derrota por 6 a 0 para o Vasco, em confronto válido pela 20ª rodada da Série A, disputado no Morumbis.
O profissional havia assumido o posto de treinador no final de abril e sua passagem pelo clube da Baixada foi notavelmente breve, com apenas 15 partidas disputadas. Seu retrospecto aponta cinco triunfos, quatro empates e seis reveses, resultando em um aproveitamento de 42,2%. A rescisão contratual de Cléber Xavier representa um dispêndio imediato para o Alvinegro Praiano de pouco mais de R$ 1 milhão, montante que corresponde ao pagamento de três salários mensais, cada um avaliado em R$ 350 mil.
Contudo, essa quantia inicial pode ser majorada caso outros integrantes da comissão técnica, como Matheus Bacchi e Fábio Mahseredjian, também sejam desligados. A princípio, a diretoria santista manifestou a intenção de mantê-los, com Bacchi inclusive cotado para liderar a equipe na próxima partida, contra o Bahia, agendada para o domingo, 24 de agosto, às 16h (horário de Brasília), pela 21ª rodada. A saída de Cléber marca a terceira troca de treinador no Santos apenas no ano de 2025.
O Custo Elevado da Instabilidade no Peixe
Antes da curta jornada de Cléber Xavier, o comando técnico santista já havia sido ocupado por Pedro Caixinha, cuja passagem também foi efêmera, totalizando 16 duelos. A rescisão com o português acarretou uma penalidade contratual de 2 milhões de euros, o equivalente a aproximadamente R$ 12,7 milhões. O estafe de Caixinha levou a questão para a esfera da Fifa, pleiteando o pagamento integral e à vista, enquanto o clube propôs um escalonamento dos valores até dezembro de 2026, período que coincide com o término da gestão do presidente Marcelo Teixeira.
A volatilidade na liderança técnica não é um fenômeno recente. Em 2024, a saída de Fábio Carille do Santos gerou um débito de R$ 4,1 milhões, cifra que englobava tanto a multa rescisória quanto bonificações pelo acesso à Série A. O ano anterior, 2023, que culminou no inédito rebaixamento do clube, foi igualmente marcado por demissões onerosas. Odair Hellmann, Paulo Turra e Diego Aguirre, todos com passagens breves, contribuíram para essa espiral de gastos.
Hellmann teve sua rescisão avaliada em cerca de R$ 3 milhões, enquanto Turra buscou na Justiça o recebimento de quase R$ 1 milhão. Diego Aguirre, por sua vez, recebeu R$ 1,5 milhão, valor correspondente a três vencimentos mensais. Esses números sublinham uma gestão de recursos que, no setor técnico, tem se mostrado dispendiosa e, em muitos casos, ineficaz.
Um Legado de Indenizações Milionárias
O histórico de despesas com treinadores desligados se estende ainda a valores expressivos pagos a Fabián Bustos, que recebeu aproximadamente R$ 6,7 milhões em 2022, após uma condenação do Santos pela Fifa. Situações análogas ocorreram com outros nomes que tiveram passagens igualmente curtas pela Vila Belmiro, como Lisca, Fernando Diniz e Ariel Holan. Embora algumas dessas rescisões não tenham envolvido multas formais, todas resultaram em compensações financeiras diversas, adicionando-se ao passivo do clube.
Para ilustrar a magnitude desses compromissos financeiros, apresentamos um panorama dos custos com as recentes mudanças de comando técnico:
Treinador | Ano da Saída | Jogos no Comando | Custo da Rescisão (aprox.) | Detalhes |
---|---|---|---|---|
Cléber Xavier | 2025 | 15 | R$ 1.000.000 | 3 salários mensais |
Pedro Caixinha | 2025 | 16 | R$ 12.700.000 | Multa de 2 milhões de euros, disputa na Fifa |
Fábio Carille | 2024 | N/A | R$ 4.100.000 | Multa rescisória e bônus por acesso à Série A |
Odair Hellmann | 2023 | N/A | R$ 3.000.000 | Multa contratual |
Paulo Turra | 2023 | N/A | R$ 1.000.000 | Valor cobrado na Justiça |
Diego Aguirre | 2023 | N/A | R$ 1.500.000 | Equivalente a 3 salários |
Fabián Bustos | 2022 | N/A | R$ 6.700.000 | Condenação da Fifa |
Lisca | N/A | N/A | Compensações diversas | Passagem curta |
Fernando Diniz | N/A | N/A | Compensações diversas | Passagem curta |
Ariel Holan | N/A | N/A | Compensações diversas | Passagem curta |
Pressão da Torcida e o Desafio da Reconstrução
A diretoria santista tem sido alvo de intensa pressão por parte dos torcedores, que expressaram seu descontentamento com vaias após o revés contra o Vasco. Em meio às manifestações, houve até mesmo pedidos pelo retorno de Jorge Sampaoli. O técnico argentino, embora tenha sido sondado anteriormente, permanece sem clube no mercado, assim como Juan Pablo Vojvoda, outro nome frequentemente ventilado para assumir o comando técnico do Peixe.
Após a recente saída de Cléber Xavier, o clube se vê novamente na busca por alternativas, imerso em uma temporada marcada por uma persistente instabilidade no comando e por desafios financeiros significativos. O volume de trocas de treinadores nos últimos anos não apenas evidencia uma falta de continuidade, mas também um padrão de decisões que, de forma cumulativa, sobrecarrega o orçamento do Santos e compromete severamente o planejamento de médio prazo. A situação reflete um ciclo vicioso que exige uma reavaliação profunda das estratégias adotadas.
O Santos Futebol Clube comunica a saída do técnico Cléber Xavier. O clube agradece os serviços prestados pelo treinador e deseja sorte na sequência da carreira.
A nota oficial do clube, concisa e protocolar, pouco revela sobre os desafios subjacentes que a instituição enfrenta. A verdade é que cada nova "saída" representa não apenas uma mudança na prancheta, mas um rombo nas finanças e uma interrupção no projeto esportivo, exigindo do Santos uma capacidade de resiliência e, acima de tudo, uma revisão urgente de sua política de contratação e desligamento de profissionais.
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