Santos FC: Novo Estatuto Social Define Rumo da SAF e Reformula Eleições

O Santos Futebol Clube se prepara para um momento decisivo em sua história institucional. Nesta quinta-feira, o Conselho Deliberativo se reunirá em Sessão Extraordinária para analisar as propostas de alteração do Estatuto Social do clube. A Gazeta Esportiva teve acesso à minuta do documento, que detalha modificações significativas, prometendo redefinir a estrutura administrativa e o futuro do Alvinegro Praiano.

As propostas em pauta sinalizam uma profunda reestruturação, não apenas no que tange à possibilidade de adoção da Sociedade Anônima do Futebol, mas também na própria governança interna. As alterações visam modernizar o arcabouço legal do clube, adaptando-o às exigências e desafios do cenário futebolístico contemporâneo.

Transformação Administrativa: Adeus ao Comitê de Gestão

Uma das inovações mais notáveis do novo Estatuto é a completa supressão do Comitê de Gestão. O termo não aparece em nenhuma das 87 páginas da minuta, indicando seu fim. Em seu lugar, é instituída a Diretoria Executiva, uma estrutura mais alinhada com modelos corporativos modernos e que busca uma gestão mais profissionalizada e setorizada.

A composição da nova Diretoria Executiva reflete essa segmentação. Enquanto o atual Comitê de Gestão é formado pelo presidente, vice e até sete membros eleitos, a Diretoria Executiva será constituída por:

Atualmente, o Comitê é liderado por Marcelo Teixeira, com Fernando Bonavides na vice-presidência, além dos membros. A transição para a Diretoria Executiva, com diretores dedicados a áreas específicas, sugere um esforço para otimizar a tomada de decisões e a execução de estratégias em cada setor vital do clube.

Novas Regras Eleitorais e o Perfil do Líder Santista

As eleições internas do Santos também passarão por significativas transformações, a partir do pleito de 2026, agendado para o terceiro sábado ou domingo de outubro. As futuras eleições seguirão esse calendário, buscando uma maior previsibilidade no processo.

Uma das mudanças mais impactantes se refere ao Conselho Deliberativo. A proposta é reduzir o número de Conselheiros eleitos para 100, além de 30 suplentes, todos com mandatos de três anos e com a possibilidade de reeleição. Esta diminuição no corpo deliberativo pode impactar a dinâmica das discussões e a representatividade dentro do Conselho.

Para aqueles que almejam a presidência do Peixe, o novo Estatuto introduz um requisito adicional que eleva o nível de experiência exigido. Agora, é mandatório possuir, no mínimo, três mandatos completos no Conselho Deliberativo. Essa regra possui uma exceção: casos de afastamento para prestação de serviços não remunerados junto à Diretoria Executiva do Clube serão considerados, desde que o período de serviço corresponda ao tempo de mandato no CD. Essa medida visa garantir que apenas indivíduos com profundo conhecimento do funcionamento interno do clube e comprovada trajetória em suas instâncias decisórias possam ascender ao cargo máximo.

O Caminho para a SAF: Flexibilização da Participação do Clube

A possibilidade de transformar o Santos em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é um dos pilares do novo Estatuto, que dedica um capítulo específico ao tema. Diferente da versão atual, onde a SAF era tratada de forma mais genérica, o novo texto delineia um processo mais estruturado e detalhado para sua eventual implementação.

A autorização para a Operação Societária deverá partir da Diretoria Executiva. A solicitação, a ser encaminhada ao presidente do Conselho Deliberativo, terá de incluir uma descrição minuciosa da proposta, uma opinião técnica de um especialista externo e uma justificativa clara da relevância da operação para o clube.

Após a aprovação integral em Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo, a Operação Societária será submetida à Assembleia Geral Extraordinária, onde será homologada com o voto afirmativo da maioria dos associados presentes. Um ponto crucial de mudança reside na participação mínima do Santos em uma futura SAF:

Essa redução drástica da participação mínima do clube, de 51% para 10%, é um dos pontos mais debatidos e poderá ter implicações profundas sobre o controle e a identidade do Santos em um cenário de SAF. Representa uma flexibilização considerável, abrindo portas para modelos de investimento e gestão que podem alterar fundamentalmente a governança do Alvinegro Praiano.