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Santos: Entenda o Déficit de R$ 37 Milhões Apesar da Receita Recorde com Neymar

Por Redação FutSantos em 30/06/2025 14:02

O cenário financeiro do Santos Futebol Clube no primeiro trimestre de 2025 revela um paradoxo que exige atenção minuciosa. Apesar de um incremento substancial nas receitas, impulsionado em grande parte pelo retorno de um ícone, o Alvinegro Praiano registrou um saldo negativo consideravelmente superior ao previsto, levantando questões sobre a gestão dos recursos em um período de expectativas elevadas.

A Discrepância no Balanço Contábil do Peixe

Os números recém-divulgados pelo Conselho Fiscal do Santos , em reunião realizada na Vila Belmiro, apontam para um panorama financeiro delicado. O balancete do primeiro trimestre de 2025 revela um prejuízo que ultrapassa as projeções iniciais, gerando um alerta para a diretoria. O montante do déficit atingiu R$ 37.416.612, um valor que contrasta acentuadamente com o déficit orçado de R$ 23.260.917. Esta diferença de aproximadamente R$ 14 milhões sinaliza uma despesa não antecipada ou um descontrole nos gastos que merece ser esmiuçado.

Santos: Entenda o Déficit de R$ 37 Milhões Apesar da Receita Recorde com Neymar
Foto: (REUTERS/Thiago Bernardes)

O Efeito Neymar e a Explosão da Folha Salarial

A principal variável que desequilibrou as contas, conforme indicado pelo relatório, reside na gestão dos direitos de imagem, especialmente após a reincorporação de Neymar ao elenco. O investimento em salários atingiu a marca de R$ 80 milhões no período analisado. A folha salarial do clube experimentou um salto vertiginoso: de modestos R$ 5 milhões em dezembro, durante a disputa da Série B, para impressionantes R$ 34 milhões nos meses de fevereiro e março. Somente o compromisso com os direitos de imagem de Neymar representa um montante colossal de R$ 85 milhões, referentes a um contrato de apenas cinco meses. Este dado, por si só, demonstra o impacto direto de uma contratação de tal magnitude nas finanças do clube.

Analisando os detalhes da folha de março, percebe-se que, do total de R$ 33 milhões, R$ 12 milhões correspondem a salários registrados em carteira, enquanto R$ 21 milhões são destinados a direitos de imagem. Em um recorte trimestral, a soma total de despesas com salários atinge R$ 79,6 milhões, consolidando a folha de pagamento como o epicentro do desequilíbrio financeiro.

Receitas em Alta, Custos em Descontrole: Um Contraste Preocupante

É fundamental destacar que o Santos não falhou em gerar receitas. Pelo contrário, o retorno de Neymar e o entusiasmo gerado pela sua presença resultaram em um aumento expressivo na arrecadação. O Conselho havia projetado receitas de R$ 121,7 milhões para o primeiro trimestre, mas o clube superou essa meta, alcançando R$ 174 milhões. Este 'boom' foi visível em setores como patrocínios e no programa Sócio Rei, evidenciando o potencial comercial da marca Santos .

Contudo, o sucesso na captação de recursos foi ofuscado pela disparada das despesas operacionais. Enquanto o orçamento previa gastos de R$ 93 milhões, o clube desembolsou R$ 154 milhões. Estes custos englobam uma vasta gama de itens: vencimentos de atletas e comissão técnica, encargos sociais, direitos de imagem, despesas com jogos, deslocamentos, manutenção de instalações, entre outros. A tabela abaixo ilustra a disparidade entre o planejado e o realizado:

Indicador Financeiro Orçado (R$) Realizado (R$) Diferença (R$)
Receitas Totais 121.700.000 174.000.000 +52.300.000
Despesas Operacionais 93.000.000 154.000.000 +61.000.000
Déficit 23.260.917 37.416.612 -14.155.695

A Urgência de Rigor na Gestão Financeira

Diante deste quadro, a conclusão do Conselho Fiscal é clara e incisiva, reiterando a necessidade de uma gestão mais austera e estratégica. Em seu parecer, o órgão fiscalizador recomenda:

Dessa forma, recomendamos maior rigor no controle de gastos e receitas, com consequente adequação ao déficit previsto na peça orçamentária.
A mensagem é inequívoca: é imperativo que o Santos alinhe suas despesas à sua capacidade de arrecadação e, principalmente, ao que foi estabelecido no planejamento orçamentário. O desafio agora é transformar o potencial de geração de receita em estabilidade financeira, garantindo que o brilho em campo não seja ofuscado por preocupações fora dele.

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