Santos em Alerta: Análise Profunda da Queda na Tabela com Vojvoda

A derrota por 1 a 0 para o Vitória recolocou o Santos em uma posição extremamente delicada no Campeonato Brasileiro, flertando perigosamente com a zona de descenso. Após um período inicial sob a batuta de Juan Pablo Vojvoda, a expectativa de um afastamento seguro da parte inferior da tabela não se concretizou, apesar de uma percepção interna de progresso.

O desempenho recente do Alvinegro Praiano, embora tecnicamente avaliado de forma positiva, não foi suficiente para traduzir a evolução em resultados consistentes. A equipe, que demonstrou uma postura distinta daquela observada nos primeiros meses do ano sob Pedro Caixinha e Cleber Xavier, ainda não conseguiu acumular os pontos necessários para respirar aliviada, indicando que a batalha pela permanência na elite será árdua até as últimas rodadas.

A Percepção da Melhoria e a Realidade dos Pontos

Em oito confrontos sob a liderança de Vojvoda, o clube da Vila Belmiro tem seu trabalho considerado promissor. Fontes próximas à diretoria e ao elenco, conforme apurado, indicam que o profissionalismo do treinador argentino pode, de fato, pavimentar um caminho para um final de temporada mais tranquilo. A exceção notável a essa avaliação de bom desempenho coletivo foi o revés contra o Ceará.

Contudo, a realidade dos números no Campeonato Brasileiro expõe um desafio persistente. Mesmo com a tentativa de ajustar a equipe em plena competição, os resultados em campo não foram os esperados, com a equipe tropeçando em confrontos tidos como mais acessíveis. O aproveitamento de pontos abaixo do ideal mantém o time em situação de alerta.

Os confrontos do Santos sob o comando de Vojvoda no Brasileirão revelam uma inconsistência preocupante:

No total, foram 9 pontos obtidos de 24 possíveis, resultando em um aproveitamento de 37,5%. Apesar desse panorama, o técnico conseguiu vitórias importantes nos dois clássicos disputados, contra São Paulo e Corinthians.

O Dilema Tático e a Eficácia Ofensiva

Dois diagnósticos já se destacam no cenário santista: a necessidade de reavaliar certas escolhas do treinador argentino e a urgência de aprimorar a capacidade de finalização da equipe. O Santos tem criado oportunidades, muitas vezes ficando em condições claras de gol, mas a pontaria imprecisa tem sido um calcanhar de Aquiles, especialmente em momentos cruciais.

A "briga" por posições é uma constante, intensificada pela chegada de novos reforços. Na lateral esquerda, por exemplo, a disputa entre Escobar, frequentemente titular sob Vojvoda, e Souza, que entrou bem contra o Vitória, é um ponto de análise. O desempenho de Escobar no último jogo levantou questionamentos, enquanto a entrada de Souza trouxe uma melhora perceptível ao setor.

O Desequilíbrio do Elenco e a Busca por Soluções

No setor ofensivo, jogadores como Barreal, Lautaro Díaz e Guilherme não conseguiram render o esperado contra o Vitória, um indicativo da dificuldade em encontrar a formação ideal. Robinho Jr. surge como uma alternativa que pode brigar por um lugar entre os titulares, correndo por fora na hierarquia atual.

O meio-campo, por sua vez, tem sido particularmente afetado por desfalques. Lesões e suspensões retiraram peças importantes como João Schmidt e Tomás Rincón do último confronto, e Zé Rafael estará ausente no próximo devido ao acúmulo de cartões amarelos. William Arão, embora titular na última partida, ainda busca sua melhor condição física, enquanto Victor Hugo aguarda sua oportunidade de se consolidar no setor.

A ausência de Neymar, a contratação de peso esperada para desequilibrar jogos complicados, coloca Benjamín Rollheiser como a principal aposta para a criação. No entanto, o jogador ainda não conseguiu demonstrar o impacto decisivo que dele se espera. Em contraste, a zaga e a lateral direita parecem ser as posições que inspiram menor incerteza, com Igor Vinicius, Luan Peres e Adonís Frías solidificados em suas funções, apesar de Igor Vinicius não ter tido uma atuação brilhante recentemente.

Talentos Subutilizados: As Cartas Escondidas de Vojvoda

Em um momento em que a pontuação é crucial, o técnico Vojvoda ainda dispõe de jogadores com pouca minutagem que poderiam oferecer novas soluções. Entre os "Meninos da Vila", além de Souza , já mencionado, JP Chermont e Gabriel Bontempo são exemplos de atletas pouco utilizados. Brahimi e Caballero, no ataque, também tiveram raras chances, assim como Thaciano e Tiquinho Soares, que, apesar de criticados pela torcida, permanecem no elenco e podem ser acionados em momentos de necessidade.