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Santos e Vojvoda: Presidente Reafirma Compromisso até 2026 Apesar da Má Fase
Por Redação FutSantos em 03/11/2025 15:45
O Santos Futebol Clube, imerso em uma sequência de resultados insatisfatórios e perigosamente próximo da área de degola do Campeonato Brasileiro, mantém uma postura inabalável em relação à sua comissão técnica. A diretoria do Peixe, conforme declarações recentes, não vislumbra alterações no comando neste ano, estendendo tal convicção para a temporada vindoura, apesar do desempenho abaixo do esperado no certame nacional.
A equipe, que não registra uma vitória há três rodadas, viu seu último embate contra o Fortaleza na Vila Belmiro terminar em empate, um resultado que adiciona mais um ponto à série de frustrações do torcedor. O panorama é ainda mais desafiador considerando os próximos compromissos, que incluem confrontos com o líder Palmeiras, por duas vezes, e o vice-líder Flamengo, um teste de fogo em um intervalo de apenas dez dias.
A Inabalável Confiança da Diretoria em Vojvoda
Em entrevista concedida ao programa "Domingo Esportivo", o presidente Marcelo Teixeira foi categórico ao afastar qualquer especulação sobre uma possível mudança na liderança técnica do time. Sua fala ressaltou uma visão de longo prazo que transcende os resultados imediatos, por mais adversos que sejam.
? Nenhum risco. Qualquer situação que ocorra nos próximos jogos, o Vojvoda será nosso treinador. Ele faz parte do planejamento do ano que vem. É um trabalho muito bom, está conhecendo o grupo. Tendo oportunidade de experimentar os jogadores que chegaram nessa janela. Também nós acompanhamos os treinos. Muitos jogadores que estão bem nos treinos pode ser que nos jogos não vão tão bem. Isso faz parte de um processo de adaptação. Não é uma responsabilidade do treinador. É o tempo. Fazer com que esse time continue trabalhando até encontrar um formato e um time adequado para as próximas temporadas. É isso que o Santos vem fazendo.
O dirigente defendeu o trabalho do técnico Juan Pablo Vojvoda, rechaçando comparações com gestões anteriores e enfatizando a importância da estabilidade. A permanência do profissional é vista como um pilar para a construção de um projeto duradouro.
O histórico recente do treinador argentino à frente do Santos , em dez partidas, apresenta um balanço que reflete as dificuldades atuais da equipe:
| Jogos Disputados | Vitórias | Empates | Derrotas | Aproveitamento |
|---|---|---|---|---|
| 10 | 2 | 6 | 2 | 40% |
Teixeira ainda refutou críticas que comparam o desempenho de Vojvoda com o de seu antecessor, Cleber Xavier, classificando-as como "injustas". Segundo o presidente, a breve duração de tais trabalhos impede uma análise conclusiva, e a troca constante de técnicos é prejudicial, especialmente no decorrer da temporada.
? Estão fazendo uma crítica, na minha visão injusta, comparando o trabalho do Vojvoda e do Cleber Xavier. Dizendo que o trabalho anterior tinha um percentual de aproveitamento maior. Pode até ter porque são trabalhos muito curtos. Não dá para medir se é positivo ou não. O Cleber Xavier caiu pelo resultado do Vasco. Foi um resultado desastroso. Essa troca de treinadores não é positiva. Ainda mais quando se faz durante a temporada. Ela é muito prejudicial. Se continuar na linha que vai enfrentar A ou B, vai perder, ser assim, assado. Ficar questionando ou a própria torcida questionar. Podem questionar ou pressionar. O Vojvoda permanecerá no trabalho e começará o trabalho de 2026.
Reconstrução do Elenco e Movimentações Financeiras
O presidente também abordou a preocupação com a atual posição do Santos na tabela, mas contextualizou o cenário como parte de um processo de reconstrução. Ele destacou a chegada de novos jogadores e a necessidade de tempo para que a comissão técnica conheça o plantel e encontre a formação ideal.
? Preocupa na questão de classificação. Onde o Santos está. O que me preocupa na questão da bola é muito mais o que a comissão técnica esteja ainda conhecendo o plantel e, mesmo treinando, ainda não é o tempo adequado para que a gente encontre um time nesse processo de formação. Não é apenas comissão técnica. É uma questão de elenco. Trouxemos jogadores que estão chegando agora. Faz parte de um processo. Como vai comparar o Santos desse momento de reconstrução com outros clubes que estão mais a frente? Temos que reconhecer isso. Não se deve comparar trabalhos e gestões diante disso.
Em relação ao desempenho na Vila Belmiro, o presidente reconheceu que a casa santista, historicamente um diferencial, não tem sido um fator positivo nas últimas partidas, demandando que o time reencontre o caminho das vitórias em seus domínios.
As movimentações no mercado de transferências também foram detalhadas. A chegada de Thaciano, por exemplo, não representou um novo investimento em dinheiro, mas sim uma operação inteligente. O Santos , ao vender Jean Lucas para o Bahia, manteve um crédito a receber. Desse montante, uma parte foi utilizada para abater o valor de Thaciano , que foi adquirido por menos de um terço do que foi arrecadado com a saída de Jean Lucas , demonstrando uma gestão financeira cautelosa.
? Observa a trajetória dele no Bahia, é de sucesso. Para tirar o jogador do Bahia, ele teve uma dificuldade para vir ao Santos. Qual foi a negociação? O Santos vendeu o Jean Lucas ao Bahia e tinha um valor ainda a receber. O Santos trouxe o Thaciano por menos de um terço do que foi investido no Jean Lucas. Pro Santos é importante. O Santos continua com crédito e valores a receber e traz um jogador que, na oportunidade, era opção da comissão técnica e scouts. É dessa forma que o Santos faz investimentos. O Santos tinha a receber, continuou com crédito a receber, abateu um valor e traz o Thaciano. Qual foi a negociação importante? Foi o Santos vender bem o Jean Lucas. Vendeu muito bem a ponto de estar, no momento em que o clube caiu para a segunda divisão, tinha um jogador desvalorizado por questão extracampo, e o Santos vendeu muito bem o Jean Lucas. E traz o Thaciano. O Santos não fez investimento no Thaciano. O Santos vendeu bem o Jean Lucas e abateu parte do que tinha a receber. São oportunidades de negócio que o Santos faz sem criar endividamentos. O Santos não pode mais criar endividamento.
A venda de Luca Meirelles foi apresentada como uma negociação "necessária" para o equilíbrio patrimonial do clube, uma prática comum no futebol para gerar receitas. O Santos , inclusive, manteve um percentual sobre futuras vendas do atleta.
? Sobre o Luca, o único negócio que o Santos executou, que é uma praxe e norma, que não é apenas do Santos. Qualquer clube, Palmeiras, Flamengo, vende jogadores para equilibrar balanço patrimonial. O único ativo que existe no futebol se chama jogador. Você tem as receitas alternativas, mas para o clube se equilibrar, precisa vender jogadores. O Santos teve uma venda. Tinha que fazer. A única que o Santos fez. Como o único investimento foi o Rollheiser, a única venda foi o Luca. Foi uma excelente negociação pra um jogador da idade e proporcionalidade do Luca. E ainda ficou com um percentual de futura venda. O Santos vendeu para um mercado de transição. Não é um mercado de primeira prateleira. O Santos tinha que fazer uma venda, fez e ficou com percentual de venda futura. São negociações necessárias.
Perspectivas Futuras: Neymar, Gestão e Arbitragem
O presidente Marcelo Teixeira também reiterou a situação de Neymar, enfatizando que o projeto para o craque visa a Copa do Mundo de 2026. A renovação de seu vínculo, segundo o dirigente, será discutida no momento apropriado, baseada em avaliações periódicas e um entendimento mútuo de confiança.
? O projeto do Neymar é Copa do Mundo de 2026. Se nós encontrarmos um denominador comum a cada período de 6 meses de avaliação, a continuidade dele deve ser natural e deve ser confirmada. Desde que tanto Santos quanto Neymar, que tem um entendimento muito forte e positivo de confiança, cheguem a um denominador comum da maneira como estão acontecendo as coisas. Eu creio que no momento certo nós vamos sentar e resolver essa situação.
A atuação de Alexandre Mattos, executivo de futebol, foi elogiada como a de um "muito bom profissional", que tem trabalhado dentro das limitações e planejamento do clube. Sua decisão de aceitar o desafio no Santos , mesmo saindo de um clube em melhor posição, foi destacada como um sinal de seu comprometimento.
A questão da arbitragem também foi pauta, com o presidente reconhecendo que a CBF admite problemas na área. Teixeira expressou que o Santos tem sido afetado por uma "sequência de interferências" em seus jogos, mas elogiou a atuação do VAR e da arbitragem no último confronto. A expectativa é que a comissão da CBF trabalhe para minimizar os erros.
Por fim, sobre a chegada de Brahimi, foi revelado que o jogador foi uma indicação direta do técnico Vojvoda, após passar pelo crivo dos avaliadores do clube, antes mesmo de chegar ao comitê de gestão.
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