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Santos e Seus Defensores Estrangeiros: Um Retrospecto Detalhado e os Novos Nomes da Zaga
Por Redação FutSantos em 04/09/2025 18:02
O Santos Futebol Clube, em sua incessante busca por solidez defensiva, voltou a direcionar seu olhar para o mercado internacional, especialmente para a zaga. As recentes aquisições do argentino Adonis Frías e do paraguaio Alexis Duarte, anunciadas no começo da semana, expandem significativamente a lista de atletas estrangeiros que atuaram na defesa do time praiano ao longo deste século. Essa estratégia de buscar talentos além das fronteiras nacionais não é nova e reflete uma tendência observada em diversas janelas de transferências.
Antes da chegada de Frías, ex-León do México, e Duarte, que atuava pelo Spartak Moscou da Rússia e se juntará ao elenco após compromissos com a seleção paraguaia nas eliminatórias da Copa do Mundo, outros cinco defensores de diferentes nacionalidades já haviam defendido as cores do Peixe. Essa sequência de contratações estrangeiras para o setor defensivo sublinha uma preferência ou necessidade do clube em buscar características específicas ou oportunidades no mercado exterior.
O Legado Defensivo Gringo no Peixe
A história recente do Santos é pontuada por uma série de zagueiros estrangeiros, cada um com sua própria trajetória e impacto no clube. Desde o início dos anos 2000, a defesa alvinegra contou com a presença de atletas da Argentina, Paraguai, Colômbia e Uruguai, totalizando um número expressivo de nomes que buscaram deixar sua marca na Vila Belmiro. A chegada de Frías, que já participa dos treinamentos, e Duarte, aguardado com expectativa, reabre o debate sobre o sucesso e os desafios de integrar jogadores de outras culturas ao elenco santista.
Para contextualizar as novas contratações, é pertinente revisitar os defensores estrangeiros que antecederam Frías e Duarte neste século. A tabela a seguir apresenta um panorama dos atletas, suas nacionalidades e o período em que estiveram ligados ao Santos .
Defensor | Nacionalidade | Período no Santos | Jogos | Gols |
---|---|---|---|---|
Carlos Galván | Argentina | 2000-2002 | 69 | 3 |
Julio Manzur | Paraguai | 2006 | 49 | 2 |
Fabián Noguera | Argentina | 2016-2017 | 18 | 2 |
Felipe Aguilar | Colômbia | 2019 | 39 | 1 |
Emiliano Velázquez | Uruguai | 2021-2022 | 27 | 0 |
Emiliano Velázquez, uruguaio de 27 anos na época de sua chegada, integrou o elenco santista em agosto de 2021, vindo do Rayo Vallecano, da Espanha. Sua principal missão era auxiliar o time na delicada luta para evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Sua permanência no clube se estendeu até julho de 2022, quando um acordo mútuo antecipou o término de seu contrato. Durante esse período, o zagueiro participou de 27 confrontos com a camisa alvinegra.
Após sua passagem pelo Peixe, Velázquez rumou para o Juárez, do México. Posteriormente, defendeu o Nacional, também do Uruguai, antes de se juntar ao Danúbio, seu atual clube no Uruguai, em janeiro deste ano.
Desafios e Expectativas de Zagueiros Internacionais
Felipe Aguilar, colombiano, chegou ao Santos em janeiro de 2019, por indicação expressa do então técnico Jorge Sampaoli. O clube adquiriu a totalidade dos direitos econômicos do defensor, que pertencia ao Atlético Nacional. Sob o comando de Sampaoli, Aguilar esteve em campo em 39 partidas pelo Peixe, marcando um gol. Contudo, com a saída do treinador argentino na temporada subsequente, Aguilar deixou de fazer parte dos planos do clube.
Em março de 2020, o colombiano foi negociado com o Athletico-PR. Sua trajetória no futebol sul-americano continuou com empréstimos ao Lanús e Independiente, ambos da Argentina, antes de encerrar seu vínculo com a equipe brasileira em julho do ano passado. Em janeiro deste ano, acertou com o Rionegro Águilas e, em julho, foi contratado pelo Deportivo Cali, ambos clubes colombianos. A contratação de Aguilar, no entanto, gerou complicações financeiras para o Santos . Em junho de 2020, a FIFA determinou que o clube efetuasse o pagamento de US$ 775 mil, mais juros, ao Atlético Nacional. Em outubro do mesmo ano, o então presidente Orlando Rollo promoveu uma arrecadação virtual que resultou em R$ 1 milhão, destinados a negociar a dívida com o time colombiano, que foi finalmente quitada em fevereiro de 2021.
Fabián Noguera, argentino, integrou o elenco santista em 2016, após sua saída do Banfield, da Argentina. Entre 2016 e 2017, disputou 18 partidas e marcou dois gols com a camisa alvinegra, mas não conseguiu se estabelecer como titular. A partir de 2018, foi emprestado a outros clubes, passando por Estudiantes, da Argentina, e Nàstic e Ponferradina, ambos da Espanha. Em janeiro de 2021, Noguera rescindiu seu contrato com o Santos .
Como agente livre, o zagueiro retornou ao Estudiantes, passando também por Nacional, do Paraguai, e Abha, da Arábia Saudita, antes de se juntar ao Newells Old Boys, da Argentina, em julho deste ano. Uma peculiaridade de sua contratação, revelada em maio de 2017, foi que a recomendação para sua aquisição partiu de conversas do braço direito do então presidente Modesto Roma com taxistas e garçons na Argentina, que observaram seus treinos.
Retrospecto de Zagueiros Estrangeiros e o Futuro da Defesa
Julio Manzur, zagueiro paraguaio, chegou ao Santos em 2006 por empréstimo do Guaraní, de seu país natal. Sua passagem pelo clube foi marcada por uma significativa participação como titular durante grande parte da temporada, culminando na conquista do Campeonato Paulista de 2006. Durante sua estadia no Peixe, Manzur foi convocado para representar o Paraguai na Copa do Mundo daquele ano, atuando em um único confronto, contra Trinidad e Tobago. Com a camisa alvinegra, registrou 49 jogos e dois gols.
Ao término da temporada, o Santos tentou prorrogar o vínculo de empréstimo, porém Manzur recusou a proposta, manifestando o desejo de ser negociado em definitivo. Após deixar o clube, jogou por Pachuca, do México, Libertad e Olímpia, do Paraguai, Tigre, da Argentina, e León, do México. Encerrou sua carreira pelo Rubio Ñú, do Paraguai, em 2015. Em maio deste ano, Julio Manzur foi detido em Luque, no Paraguai, sob acusações de envolvimento em um esquema de tráfico de drogas.
Carlos Galván, defensor argentino, foi uma das primeiras aquisições da gestão do presidente Marcelo Teixeira no ano 2000. Sua chegada ao clube se deu após uma notável performance como titular do Atlético-MG, onde foi vice-campeão brasileiro em 1999. Pelo Santos , Galván disputou 69 partidas e marcou três gols, deixando o clube em 2002, antes da conquista do Campeonato Brasileiro daquele ano. Sua carreira pós-Santos incluiu passagens por Lanús, da Argentina, Murcia, da Espanha, Paysandu, Argentinos Juniors, Olímpia, Banfield, Universitario e Universidad Cesar Vallejo, estes últimos no Peru.
Após sua aposentadoria dos gramados, o argentino dedicou-se à carreira de treinador, atuando em clubes de menor projeção no futebol peruano. Em 2020, em entrevista, o ex-jogador rememorou um gol controverso que marcou pelo Santos contra o Atlético-MG.
A história dos zagueiros estrangeiros no Santos é um mosaico de sucessos, desafios e, por vezes, controvérsias. A aposta em nomes como Frías e Duarte reitera a crença do clube de que o talento internacional pode ser um diferencial na busca por estabilidade e melhores resultados. No entanto, o retrospecto sugere que a adaptação e o desempenho desses atletas podem ser imprevisíveis, com casos de sucesso notável e outros de passagens mais discretas ou problemáticas.
As expectativas agora se voltam para como os novos defensores argentinos e paraguaios se integrarão ao esquema tático e à cultura do clube, e se conseguirão solidificar a zaga do Santos , escrevendo um novo capítulo na rica e complexa trajetória de defensores estrangeiros na Vila Belmiro.
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