Santos: Cleber Xavier Reage, Peixe Vence Cruzeiro e Afasta Zona de Rebaixamento

O triunfo do Santos por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, ocorrido no último domingo, em Belo Horizonte, pela décima nona rodada do Campeonato Brasileiro, carregou a marca decisiva do técnico Cleber Xavier. Após uma escolha inicial que expôs o time a riscos consideráveis, o comandante demonstrou capacidade de correção, sendo recompensado com um placar que vai além dos três pontos.

Este resultado não apenas proporciona um afastamento mais confortável da zona de descenso, mas também concede um respiro vital a Cleber Xavier para a continuidade de seu trabalho à frente do elenco. O alívio chega após uma semana de intensa pressão e severas críticas, motivadas pela performance aquém do esperado na partida anterior contra o Juventude.

A Inconsistência do Primeiro Tempo: Erros Táticos e Resiliência na Defesa

A partida se desenrolou em duas metades com características dramaticamente distintas. O treinador santista, em um movimento tático questionável, optou novamente por uma formação sem um atacante de ofício, posicionando Neymar como um "falso 9". Este arranjo já havia demonstrado ineficácia, sendo associado ao pior desempenho do Santos no Brasileirão, na derrota para o Mirassol. E, de fato, a estratégia se repetiu em seu insucesso.

O Peixe, no período inicial, parecia ausente em campo, e o placar de 1 a 0 desfavorável ao intervalo pode ser considerado um desfecho afortunado. O cenário não se agravou ainda mais graças às intervenções providenciais de Gabriel Brazão, cujas defesas espetaculares impediram que a equipe fosse para o vestiário com uma desvantagem ainda maior.

A capacidade de criação ofensiva do lado santista foi praticamente nula. A única oportunidade de real perigo surgiu de uma falha na saída de bola do Cruzeiro, mas Neymar , em posição privilegiada diante do goleiro Cássio, finalizou de forma imprecisa, desperdiçando a chance.

A Virada no Tabuleiro: Mudanças Cruciais e o Novo Rosto do Santos

No retorno para a segunda etapa, Cleber Xavier operou alterações significativas na composição da equipe. Tomás Rincón, Barreal e Rollheiser foram substituídos por Zé Rafael, Caballero e Tiquinho Soares, respectivamente. A partir dessas trocas, o esquema tático que insistia em Neymar como "falso 9" foi abandonado. O camisa 10 foi reposicionado para o setor de armação, ladeado por dois pontas de velocidade, o que conferiu ao time uma qualidade superior na transição de bola.

Com essas modificações, o Santos revelou uma identidade mais definida no segundo tempo, adotando uma proposta de contra-ataque mais nítida e uma maior habilidade para trabalhar a posse de bola. Embora a equipe ainda demonstrasse alguma fragilidade defensiva, o impacto ofensivo foi inegável. A tabela abaixo ilustra as alterações promovidas:

A Consistência Necessária: De Onde o Santos Precisa Partir

A equipe passou a demonstrar mais serenidade na troca de passes e na busca por espaços. O primeiro gol santista é um reflexo direto dessa nova postura: sem a afobação da etapa inicial, com uma sequência de toques precisos entre Zé Rafael , Gabriel Bontempo e Caballero, até a bola encontrar Guilherme para a finalização certeira. De maneira análoga, Caballero soube se posicionar para receber um passe do camisa 11 e concretizar o segundo gol do Peixe, consolidando a vantagem.

O resultado e, principalmente, a performance exibida no segundo tempo, injetam um ânimo renovado sobre o panorama do Santos no Campeonato Brasileiro. Cleber Xavier conquista uma dose de tranquilidade para dar prosseguimento ao seu projeto. Contudo, o imperativo reside na busca por consistência, tanto nos resultados quanto na qualidade do desempenho em campo.

Recentemente, o Peixe obteve vitórias expressivas contra Fortaleza e Flamengo, após uma fase de boas atuações, mas essa sequência foi seguida por uma oscilação acentuada, culminando em uma série de resultados negativos que colocaram Cleber Xavier sob intensa observação. É fundamental que o Santos não apenas vença, mas também convença em seu próximo desafio contra o Vasco. Somente assim o fantasma da pressão poderá ser dissipado de vez, permitindo que a equipe comece a almejar objetivos mais ambiciosos na competição.