- FutSantos
- Santos: 15 Trocas de Técnico em 5 Anos – O Preço da Inconstância no Peixe
Santos: 15 Trocas de Técnico em 5 Anos – O Preço da Inconstância no Peixe
Por Redação FutSantos em 19/08/2025 05:17
A recente e humilhante derrota por 6 a 0 sofrida pelo Santos diante do Vasco, com 54 mil torcedores presentes no Morumbis, culminou na imediata dispensa do técnico Cleber Xavier ainda no vestiário, impedindo-o de sequer conceder a tradicional coletiva pós-jogo. Este episódio, mais do que um revés isolado, é um sintoma alarmante da profunda instabilidade que assola o comando técnico do Alvinegro Praiano.
A dificuldade do Peixe em proporcionar um ambiente de trabalho estável para seus treinadores é notória. A vertiginosa rotatividade no cargo é um indicador claro dessa disfunção: o clube se aproxima da marca de sua décima quinta alteração no comando técnico nos últimos cinco anos, o que se traduz em uma média de três treinadores distintos por temporada.
Desde o início de 2020, o Santos registrou um total de 14 mudanças de treinadores, considerando até mesmo os retornos de profissionais já conhecidos. Se os interinos forem incluídos nessa contagem, o número eleva-se para impressionantes 20 trocas na comissão técnica, evidenciando um ciclo vicioso de descontinuidade.
Instabilidade Crônica: A Dança das Cadeiras no Peixe
A mera enumeração dos 13 treinadores efetivados que comandaram o Santos nos últimos cinco anos já ilustra a escala do desafio: Jesualdo Ferreira, Cuca, Ariel Holan, Fernando Diniz, Fábio Carille (em duas oportunidades), Marcelo Fernandes, Lisca Doido, Fabián Bustos, Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre, Pedro Caixinha e, por fim, Cleber Xavier. Tal sequência de nomes sublinha uma gestão que parece incapaz de sustentar um planejamento técnico consistente.
O ano de 2021 serve como um exemplo contundente dessa volubilidade. Naquele período, o Alvinegro Praiano experimentou seis mudanças no comando, alternando entre técnicos efetivados e interinos. Cuca, Ariel Holan, Fernando Diniz e Fábio Carille passaram pelo banco, enquanto Marcelo Fernandes foi acionado como interino em duas ocasiões distintas, evidenciando um cenário de total instabilidade.
A instabilidade prosseguiu em 2022. Fábio Carille iniciou a temporada, mas sua passagem foi breve, encerrada em fevereiro. Na sequência, o clube buscou Fabián Bustos, e posteriormente Lisca e Odair Hellmann foram efetivados. Além desses, os interinos Marcelo Fernandes e Orlando Ribeiro também tiveram suas oportunidades, confirmando o padrão de substituições frequentes.
O Retrato de uma Gestão Descontínua
O ano de 2023, infelizmente marcado pelo inédito rebaixamento, viu o revezamento de Odair Hellmann, Paulo Turra e Diego Aguirre no comando técnico, com Marcelo Fernandes sendo efetivado após a saída do uruguaio. Curiosamente, o cenário apresentou uma leve alteração em 2024, quando Fábio Carille foi o único a comandar a equipe durante a disputa da Série B, um raro período de aparente continuidade.
Contudo, a temporada atual de 2025 já sinaliza um retorno ao padrão de instabilidade, com o Santos se preparando para seu terceiro comandante. O ano começou com o português Pedro Caixinha no banco, mas sua passagem foi breve, encerrada no início de abril após apenas 16 partidas, com um desempenho de seis vitórias, três empates e sete derrotas.
A diretoria, então, optou por Cleber Xavier, que assumia seu primeiro desafio como treinador principal. No entanto, a aposta não surtiu o efeito desejado. Sua trajetória foi igualmente curta e com resultados insatisfatórios: cinco vitórias, quatro empates e seis derrotas em 15 jogos, culminando na eliminação para o CRB na terceira fase da Copa do Brasil, além da já mencionada goleada.
O Legado da Descontinuidade e o Próximo Capítulo
A despeito da demissão de Xavier, alguns membros de sua comissão técnica foram mantidos no clube, conforme informado pelo diretor de futebol Alexandre Mattos em um breve pronunciamento. Os auxiliares Matheus Bachi e Vinicius Marques, juntamente com o preparador físico Fabio Mahseredjian, permanecem, indicando talvez uma tentativa de preservar alguma base técnica.
Com o cargo novamente vago, o Santos agora vasculha o mercado em busca de um novo nome para assumir a equipe. Entre as opções de treinadores atualmente disponíveis, despontam Jorge Sampaoli, apontado como um dos favoritos para assumir o comando, e Tite, cujo nome surgiu em meio à decisão de manter parte da comissão técnica que já trabalhou com ele. A escolha do próximo comandante será crucial para tentar romper o ciclo vicioso de trocas e buscar a tão desejada estabilidade.
O Santos Futebol Clube comunica a saída do técnico Cleber Xavier.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros