Sampaoli no Santos: Pedidos de Jogadores Inusitados Frustram Acerto

O retorno de Jorge Sampaoli ao comando técnico do Santos Futebol Clube, que parecia uma possibilidade real após semanas de intensas conversas, foi oficialmente descartado nesta quarta-feira. A interrupção das tratativas abriu caminho para uma nova frente nas negociações do clube, que agora concentra esforços em Juan Pablo Vojvoda, ex-treinador do Fortaleza, com quem o Peixe já iniciou contatos.

A reviravolta na situação não se deu por questões financeiras ou contratuais, um ponto que surpreende e merece uma análise aprofundada. Lucas Musetti, durante a "Live do Clube", revelou que as exigências do treinador argentino transcendiam os termos de um acordo salarial.

As Condições Inesperadas de Sampaoli

Apesar do desfecho negativo, é crucial destacar que o Santos havia progredido rapidamente em aspectos como remuneração, formação da comissão técnica e duração do vínculo. A negociação previa um contrato estendido até 2026, com uma equipe de profissionais definidos e um patamar salarial elevado, que o clube, segundo as informações, considerou justificado pelo calibre do treinador. "Com o Sampaoli, o Santos chegou muito rápido a um acerto salarial, membros de comissão técnica, tempo de contrato. Seria contrato até 2026, já se sabia quantos profissionais viriam, o salário seria alto, mas que o Santos entendeu que valia", afirmou Musetti.

O entrave, portanto, residiu em demandas específicas por reforços que, para o Santos , eram inviáveis. Aparentemente, a condição decisiva para a assinatura do contrato foi a aquisição de um atacante franco-congolês, Cédric Bakambu, de 34 anos, atualmente no Betis. A posição do treinador foi categórica: "se não trouxer o Bakambu, eu não vou".

Nomes Inusitados: Bakambu e Matheus Jesus

Diante da exigência por Bakambu, o Santos se viu em uma encruzilhada. A resposta do clube foi direta: "Não posso contratar o Bakambu, não temos condições". Vale ressaltar que o Peixe já possuía um nome pré-selecionado para a posição, o que tornava a demanda ainda mais complexa. A questão financeira e as condições do mercado impediram que o clube atendesse ao pedido por um jogador com o perfil e o custo do atacante do Betis.

Não foi apenas Bakambu que figurou na lista de Sampaoli. O técnico também solicitou a contratação de um meio-campista que já teve uma passagem discreta pelo próprio Santos : Matheus Jesus. Atualmente, o atleta atua como camisa 10 no V-Varen Nagasaki, equipe da segunda divisão japonesa. Esta segunda solicitação também foi recusada pela diretoria santista, que não demonstrou interesse em repatriar o jogador nas condições propostas.

A recusa em atender a essas exigências, que fogem do padrão de negociações contratuais habituais, foi o ponto final para a tentativa de retorno de Sampaoli à Vila Belmiro. A postura irredutível do treinador em relação a esses nomes de atletas, somada à inviabilidade do clube em concretizá-los, levou ao encerramento das conversas.

O Rumo do Peixe: Vojvoda no Horizonte

Com a página Sampaoli virada, o Santos agora direciona seu foco para Juan Pablo Vojvoda. O treinador argentino, que deixou o comando do Fortaleza em julho após uma trajetória de mais de 300 jogos e conquistas relevantes pelo clube nordestino, surge como o principal candidato para assumir a liderança técnica do Peixe. As negociações com Vojvoda representam um novo capítulo na busca do Santos por um comando que possa guiar a equipe aos seus objetivos.