Neymar no Santos: A Incógnita do Retorno e o Desafio de Vojvoda

A recente lesão de Neymar, que o afasta dos gramados, impõe a Juan Pablo Vojvoda a tarefa de reorganizar o esquema tático do Santos sem sua principal estrela. Este cenário abriu um debate entre as colunistas Alicia Klein e Fabíola Andrade: o jogador, ao se recuperar, precisará de fato lutar por uma posição no time titular?

A contusão de Neymar , diagnosticada como uma lesão no músculo reto femoral da coxa direita, ocorreu em 19 de setembro. É importante notar que esta é a terceira vez que o atacante se lesiona desde seu retorno ao clube santista, no final de janeiro, levantando questionamentos sobre sua condição física.

Com a ausência forçada do camisa 10, o Santos está sendo moldado por Vojvoda. Para alguns observadores, esta pode ser uma oportunidade singular para a equipe, permitindo ao treinador dedicar um mês inteiro ao desenvolvimento do time sem as habituais atenções e eventuais "distrações" que a presença de Neymar pode gerar.

Vojvoda e a Oportunidade Tática sem a Estrela

Este período sem Neymar levanta uma questão intrigante sobre o futuro do Peixe. Alicia Klein expressou sua grande curiosidade sobre o que acontecerá "se o time embalar e engatar sem o Neymar no comando do Vojvoda" quando o craque estiver apto a retornar.

Apesar da possibilidade de um bom desempenho coletivo sem ele, a colunista é enfática quanto ao seu status. "Ele obviamente vai ser titular. Ele obviamente vai ser titular e ele vai entrar se tiver com uma perna funcionando ele vai entrar. Mas vai ser interessante se o time melhorar sem ele," afirmou Alicia Klein, apontando para um cenário complexo para o técnico.

Apesar da torcida pela recuperação plena do atleta, a efetividade de seu retorno ao time santista é colocada em xeque. Fabíola Andrade, por exemplo, manifesta suas ressalvas. "Eu torço com toda a minha fé para que o Neymar se recupere sim e fique bem fisicamente. Agora, se ele vai ajudar o Santos quando ele voltar, não sei, porque ele tem três gols no Brasileirão," pontuou a analista.

O Impacto Real de Neymar no Rendimento da Equipe

A análise de Fabíola prossegue com um questionamento direto sobre o desempenho de Neymar . "Ele não conseguiu. Tirando o jogo contra o Flamengo, ele não fez, apesar de ter tido a sequência que a Alícia já destacou, ele não consegue ajudar o Santos ," declarou, indicando que a presença do jogador não se traduziu em um impacto decisivo para a equipe, exceto em um momento específico.

A discussão sobre o desempenho individual e coletivo no futebol se estende para outros contextos. Fabíola Andrade, em outro momento de sua análise, mencionou a eliminação de outra equipe em um torneio continental: "Para mim o que tirou o Flu da sul-americana foi aquele gol no finalzinho do primeiro jogo. Aquele gol ali foi letal porque o Fluminense estava feliz com o empate na Argentina." Esta observação ressalta como detalhes e momentos cruciais podem alterar completamente o destino de um time, independentemente das estrelas em campo.

A Volatilidade dos Comandos Técnicos no Futebol

A instabilidade nos bancos de reservas é um tema recorrente no futebol brasileiro, e a colunista Alicia Klein aborda a questão dos problemas estruturais que vão além da figura do treinador. "Claramente o problema não é só o treinador. Quando você faz essa quantidade de trocas, você tem um problema maior que não é resolvido por trocar o comando técnico da equipe a cada seis meses," argumentou, criticando a superficialidade das soluções adotadas pelos clubes.

Como exemplo, Klein cita a trajetória de Ramon e 'Ramonzinho', que "passaram sete jogos no Olimpia e pediram demissão depois de uma sequência de quatro jogos sem vitória. Olimpia, Campeonato Paraguaio." Ela questiona a lógica por trás de certas contratações: "E aí, isso os qualifica depois do trabalho que já não tinha sido muito bom no Corinthians para vir e assumir o Inter?"

A Responsabilidade Financeira e a Ética Clubística

A discussão se aprofunda ainda mais, tocando em aspectos de gestão e ética financeira no esporte. Fabíola Andrade tece duras críticas a um grande clube brasileiro. "O Corinthians virou um time de caloteiro. Além de ser um time de caloteiro e do calote, é de uma injustiça esportiva muito grande," afirmou, expressando sua indignação com a situação.

A colunista propõe uma mudança radical na responsabilização dos dirigentes. "Mexe no bolso dos dirigentes para você ver se não muda a atitude, falar ' se o clube não pagar, você vai pagar'. Aí eu quero ver se vou assinar contratos irresponsáveis como estou assinando," concluiu Fabíola Andrade, defendendo que a punição financeira pessoal poderia coibir a imprudência na administração dos clubes.