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Matheus Bachi Quebra o Silêncio: Detalhes da Pressão, Papos com Tite e o Desafio Neymar no Santos
Por Redação FutSantos em 09/08/2025 04:15
Pela primeira vez em uma década, Matheus Bachi atua profissionalmente sem a presença direta de seu pai, Tite. Contudo, a distância física não implica em um afastamento de ideias. O atual auxiliar de Cleber Xavier no Santos mantém um diálogo constante com o renomado treinador, trocando impressões e recebendo avaliações. Essa conexão se mostra ainda mais relevante em um período de intensa cobrança sobre a comissão técnica santista.
A experiência adquirida ao lado de seu pai preparou Matheus Bachi para a dinâmica implacável do futebol, onde a euforia de uma vitória, como a recente sobre o Flamengo, rapidamente cede lugar à incerteza. Atualmente, a comissão técnica se encontra sob escrutínio, com o desempenho no próximo confronto diante do Cruzeiro, no Mineirão, podendo determinar a continuidade do trabalho.
A pressão externa é uma realidade inegável, mas Matheus Bachi demonstra convicção de que as diretrizes atuais serão bem-sucedidas, desde que a diretoria mantenha seu apoio para o restante do Campeonato Brasileiro. O auxiliar confia na capacidade do grupo de superar as adversidades e atingir objetivos mais ambiciosos.
"Quem está enxergando o dia a dia do trabalho consegue ter força para dar um voto de confiança. Vamos dar passos maiores agora que conseguimos estabilizar o elenco fisicamente, tendo a semana para trabalhar o elenco tecnicamente"
A Defesa Inabalável de Matheus Bachi e os Números do Peixe
Bachi também pontuou que a chegada de novos atletas exige um período de adaptação e entrosamento. Ele citou o exemplo de um jogador que chegou há apenas quinze dias, enfatizando que a qualidade do trabalho se reflete no respaldo obtido. A resiliência dos atletas, segundo ele, é um fator crucial, e a diretoria, que acompanha de perto o dia a dia, tem plena ciência da competência da equipe técnica.
"Chegaram reforços e estamos dando tempo; o Caballero chegou faz 15 dias. É um processo de entendimento e conhecimento de atletas que o respaldo se dá na qualidade do trabalho. Os atletas são resilientes. Quem acompanha isso faz com que a gente tenha força, e a diretoria sabe a qualidade que a gente tem"
Em sua análise, Matheus Bachi recorreu a dados para sustentar a metodologia da comissão técnica. Ao considerar as últimas dez rodadas do Campeonato Brasileiro, mesmo com um jogo a menos (o confronto adiado contra o Palmeiras), o Santos ostenta a oitava melhor campanha. Ao expandir a análise para as últimas seis rodadas, a posição é ainda mais favorável, indicando uma trajetória de ascensão.
Período Analisado | Desempenho no Brasileirão |
---|---|
Últimas 10 rodadas (9 jogos) | 8ª melhor campanha |
Últimas 6 rodadas | Posição ainda melhor |
O auxiliar reconheceu que nem todas as performances foram ideais, mas destacou a importância de uma análise equilibrada. Ele citou o exemplo do jogo contra o Juventude, onde a defesa teve um desempenho inferior, mas o ataque criou muitas oportunidades, resultando na vitória. Em contrapartida, partidas com alta performance contra o Botafogo e um jogo regular contra o Grêmio resultaram em derrotas, sublinhando a inconstância inerente ao futebol.
"Vão falar: 'A performance contra o Juventude não foi a melhor'. Defensivamente foi abaixo, ofensivamente criamos bastante e ganhamos. Tivemos uma baita performance contra o Botafogo e perdemos. Tivemos um jogo regular contra o Grêmio e perdemos. É pegar uma régua da performance e equilibrar"
A expectativa é que, com semanas completas de trabalho e o elenco em plenas condições físicas, a equipe consiga aprimorar seu desempenho e reduzir a margem de oscilação. O objetivo é manter um patamar de atuação consistente, evitando grandes variações entre jogos e, eventualmente, alcançando performances de excelência.
"Essa sequência com semana cheia e com todos esses atletas prontos para trabalhar, vamos conseguir potencializar e fazer com que essa margem de atuação diminua. Não ser nota 9 um dia e 4 no outro. Oscilar de 6 a 8, com eventualmente fazendo um jogo nota 9, 10, se tudo der certo"
A Influência Paternal: Tite e o Caminho de Matheus Bachi
Matheus Bachi revelou que as conversas com seu pai, Tite, são frequentes e abordam a jornada no Santos . Mesmo à distância, o técnico, que recentemente esteve na cidade para um encontro familiar, oferece insights valiosos, sendo considerado um "mestre" por seu filho e pupilo. A troca de informações é um pilar fundamental no desenvolvimento profissional de Matheus.
Ao abordar as críticas direcionadas à comissão técnica, especialmente a Cleber Xavier, que foi vaiado, Matheus Bachi demonstrou compreensão pela paixão da torcida, mas ressaltou a necessidade de contextualizar o momento do clube. Ele enfatizou a situação delicada em que o Santos foi assumido e o processo de reconstrução do elenco .
"Temos que saber separar a questão da torcida, a parte passional. Todo torcedor quer ver o clube brigando lá em cima. Ao mesmo tempo temos que conseguir equilibrar e entender onde pegamos o Santos, a situação que pegamos, os atletas e fazê-los entender esses momentos."
"Se pegarmos as últimas dez rodadas, temos a oitava melhor campanha. É algo que temos que construir daí para cima. Se pegar as últimas seis, estamos até um pouco melhores. Temos que conseguir fazer esse equilíbrio, e perdemos uma peça ali, outra aqui, é um elenco em reconstrução."
A dificuldade em repetir escalações é uma realidade, dada a reestruturação do plantel e a chegada de novos nomes. O auxiliar citou exemplos de jogadores que, por diferentes razões, não puderam ter uma sequência de jogos, impactando a estabilidade da equipe. A reconstrução do elenco , com suas entradas e saídas, é um desafio constante.
"Não conseguimos repetir a equipe, pois é um elenco em reconstrução e com reforços. Mayke teve a primeira semana cheia, Arão entrou contra o Flamengo e teve uma intercorrência. O Guilherme com 10 minutos, tínhamos uma estratégia, e perdemos ele contra o Inter."
A experiência de trabalhar sem o pai, após uma década de parceria, tem sido, segundo Matheus, "muito gratificante". Ele já havia tido uma breve passagem como auxiliar sem Tite, mas a maior parte de sua trajetória foi ao lado do pai. A oportunidade de trabalhar com Cleber Xavier, um profissional com quem sempre houve grande proximidade e confiança, em um clube da dimensão do Santos , é motivo de satisfação. A liberdade de expressão e a confiança mútua são aspectos valorizados por Bachi em seu dia a dia.
"Tem sido muito gratificante. Tivemos dez anos juntos. Antes, tive uma experiencia no Caxias sem ele, como auxiliar, e em estágios, mas segui com ele grande parte da minha trajetória. Ter essa oportunidade com o Cleber, que sempre esteve com a gente, e em um clube do tamanho do Santos é extremamente gratificante. Ter sido bem recebido, o dia a dia de trabalho com quem temos confiança, fico feliz. Fico feliz trabalhando, trabalho com o que amo, poder fazer isso... é claro que sinto saudade da parte afetiva com o pai, mas executar o meu trabalho me deixa muito feliz."
As conversas com Tite se concentram na análise do jogo, na observação dos atletas e no comportamento da equipe. O pai oferece feedback após as partidas, enquanto Matheus explica as decisões tomadas, que são moldadas pela construção do elenco e da equipe. Ele reconhece que a visão de fora pode divergir da realidade do dia a dia, mas valoriza a orientação de um "mestre" que alcançou grandes feitos no futebol.
"Conversamos bastante. Como ele não está no dia a dia e sempre falamos que você tem o sentimento e a observação, nós falamos mais a parte do jogo, observação do atleta, comportamento da equipe. Ele me dá feedback após os jogos. Passo o que tem acontecido, explicando a tomada de decisão, que vem com o que você constrói como elenco e equipe."
"A gente olha o jogo e diz ?poderia fazer isso, poderia ter feito aquilo?, mas a gente vive o dia a dia e isso faz com o que norteie algumas decisões diferentes. É bom ter um mestre para compartilhar. Sempre que você tem alguém que a gente admira e olha, independente da carreira, alguém que alcançou muitas coisas grandes, é muito bom."
A Chegada ao Santos e o Desafio da Reconstrução Alvinegra
A vinda para o Santos foi um desdobramento rápido. Matheus Bachi estava em processo de redefinição de sua carreira, ponderando sobre atuar como treinador principal ou continuar como auxiliar, inclusive com propostas do exterior. Foi nesse momento que Cleber Xavier o contatou, manifestando interesse em sua presença no clube. A forte relação e a liberdade de trabalho oferecida por Cleber foram decisivas na aceitação do convite.
"Todo mundo sabe da situação que aconteceu nas semanas anteriores, e conseguimos organizar as coisas depois. Primeiro, eu queria organizar a minha vida. Foi até engraçado, pois estava falando com o meu empresário: "Vou aí para São Paulo para a gente conversar", a fim de ver o rumo que eu tomaria. Ver se eu iria para a carreira solo, se abriria a perspectiva de ser auxiliar de alguém. Tinha algumas coisas de fora para trabalhar como auxiliar. Mas acabei de conversar com ele, deu uma hora, e o Cleber me ligou para falar que estaria interessado na minha presença aqui no Santos."
"Temos um relacionamento muito bom. Como sei que o Cleber dá liberdade para as pessoas, pois sempre trabalhamos assim, eu sabia que aqui poderia me expressar, fazer o que amo sem me preocupar de falar uma coisa ou outra para alguém. Cleber confia muito em quem trabalha com ele."
Matheus Bachi, que acompanha o Campeonato Brasileiro há anos, reconhece a particularidade do trabalho em clubes em comparação com a Seleção, onde o tempo de preparação é limitado, mesmo com atletas de alto nível. No Santos , a realidade é outra: um clube de rica história, recém-promovido da Série B, enfrentando as dificuldades comuns a equipes que retornam à elite. O Peixe se encontra em um processo de reconstrução tanto do elenco quanto da estrutura.
"A gente acompanha os campeonatos brasileiros há tempos. A Seleção é algo à parte porque tem a capacidade de escolha para momentos curtos. Por mais que você escolha jogadores top do mundo inteiro, você tem pouco tempo de trabalho. Agora poder estar no dia a dia, com evolução de atletas, é diferente. Pegamos o Santos vindo da Série B, histórico de campeonatos brasileiros e mundiais, que equipes que sobem têm dificuldade no ano de volta da primeira divisão. Pegamos um Santos em reconstrução, tanto de elenco quanto de estrutura."
O auxiliar destacou que as condições estão em aprimoramento. A comissão assumiu o time com apenas quatro pontos em seis rodadas. O primeiro jogo, com apenas dois dias de trabalho, já contava com atletas que não fazem mais parte do elenco , e outros haviam chegado há pouco tempo. A densa sequência de jogos, com partidas a cada três ou quatro dias, dificultou a recuperação física. A equipe técnica buscou, então, equalizar a condição física e promover a evolução técnica.
"As coisas estão melhorando. Pegamos o time com quatro pontos em seis rodadas, e o primeiro jogo que fazemos com dois dias de trabalho, da Copa do Brasil, tem quatro ou cinco atletas que não estão mais no elenco. Há atletas que chegaram tem dez dias. Quando diagnosticamos dificuldades físicas, pegamos quarta e domingo, quarta e domingo, não conseguimos. Ideias de futebol a gente traz, procuramos equiparar fisicamente o elenco. Tecnicamente estamos em evolução."
O desafio de conhecer rapidamente o grupo, entender como cada atleta reage sob pressão ou em momentos de confiança, é um processo que demanda tempo. O objetivo é extrair o máximo de cada um em diferentes situações. Bachi comparou a situação do Santos com a de grandes equipes que, mesmo com elencos consolidados e reforços pontuais, enfrentam dificuldades. No Peixe, com seis ou sete saídas e quatro chegadas, o trabalho se torna ainda mais complexo, mas também gratificante, na busca por detalhes que potencializem o time.
"É difícil conhecer o grupo rápido, como o atleta lida em momento de pressão, em momento de confiança, quando toma um gol ou faz. Isso vai conhecendo o atleta com o tempo. Como poder tirar o melhor de cada um em cada momento. Se falarmos de grandes equipes tendo dificuldade com elenco montado e acrescentando qualidade, imagina a gente que teve seis ou sete mudanças de saídas do elenco, com quatro chegadas. É difícil, satisfatório, e descobrindo os detalhes que vão potencializar a equipe."
Neymar no Peixe: A Complexidade Tática de um "Extraterrestre"
A convivência e o trabalho diário com Neymar, após a parceria na Seleção Brasileira, são descritos por Matheus Bachi como um privilégio. Ele classificou o craque como um "extraterrestre", ressaltando não apenas sua qualidade técnica, mas também sua postura pessoal. O auxiliar destacou o impacto positivo de Neymar no ambiente, contagiando a comissão, os atletas e a equipe de apoio.
"É um prazer trabalhar com um extraterrestre. Trabalhar com tamanha qualidade. Não só técnica, mas pessoal. O dia a dia dele com a comissão, com os atletas e o estafe é muito bom. Ele contagia o ambiente e faz as pessoas se sentirem bem. Ele faz muito bem para todos que estão próximos. Dentro de campo precisamos ajustar ele e a equipe ao mesmo tempo."
O desafio reside em potencializar um jogador do calibre de Neymar sem comprometer a solidez e a eficiência de uma equipe do porte do Santos . Bachi reconhece a complexidade, mas vê a oportunidade como rara. Na Seleção, a comissão conseguiu esse equilíbrio, e no Santos , o trabalho segue nessa direção.
"Não podemos falar de um jogador do nível do Neymar e não o potencializar. Ao mesmo tempo, uma equipe do tamanho do Santos precisa ter uma solidez, uma eficiência. É um desafio, mas poucas oportunidades dessas teremos na vida com um cara desse nível. Na seleção conseguimos fazer isso bem, e estamos caminhando para fazer cada vez melhor."
A sequência de três jogos consecutivos de Neymar , algo inédito em dois anos, e a atuação por 90 minutos contra o Juventude, são vistas como sinais de progresso. A expectativa é que o tempo de campo aprimore sua performance para o Santos e para a Seleção Brasileira.
"Ele fez três jogos seguidos pela primeira vez em dois anos, teve mais 90 contra o Juventude. O tempo de campo só vai melhorar para ele dar a resposta para o Santos e para a seleção brasileira."
Quanto ao posicionamento de Neymar , a filosofia da comissão é similar à adotada na Seleção: abastecê-lo na zona perigosa o mais rápido possível. A ideia é que, se o jogador não receber a bola nessas áreas, ele tende a recuar, afastando-se do gol e exigindo que a equipe transponha mais linhas adversárias. O sucesso em fazer a bola chegar a ele em locais de risco foi exemplificado no último jogo contra o Juventude.
"De posicionamento dele, a gente procura fazer uma coisa que a gente fazia desde a seleção. A gente fala para os atletas: ?oh, a gente precisa abastecer ele na zona perigosa o mais rápido possível, o quanto a gente puder". Ele é um atleta desse nível, se ele não receber a bola ele vai começar a ir para trás e ficar mais longe do gol. Aí vamos precisar passar mais linhas de jogadores dos adversários. Então a gente procura fazer a bola chegar nele nos lugares perigosos, como foi no último jogo (Juventude); a gente conseguiu abastecer ele assim."
Matheus Bachi reconhece que nem sempre será possível aplicar essa estratégia, pois os adversários podem adotar táticas que exijam ajustes tanto no posicionamento de Neymar quanto nos jogadores ao seu redor. No entanto, ele destaca a inteligência tática do camisa 10, que compreende que, ao ser potencializado, ele, por sua vez, potencializa todo o grupo. Essa dinâmica permite que os atletas encontrem soluções em campo, muitas vezes de forma mais eficiente do que através da comunicação direta com a comissão. A estrutura da equipe busca dar essa liberdade aos jogadores, facilitando a resolução de problemas em tempo real, impulsionada pelo espírito competitivo e vencedor de Neymar .
"Vão ter jogos que a gente não vai conseguir, o adversário vai ter uma estratégia que a gente vai ter que estar mexendo tanto nele, quanto mexendo os jogadores em volta dele para potencializar, porque ele sabe: ?se eles me potencializarem, eu vou potencializar o grupo inteiro. Então se eles me derem um passe aqui, eu vou deixar ele na cara. Se eu fizer essa movimentação, vai abri um espaço que o cara vai estar nesse espaço.?"
"Ele é um jogador muito inteligente, compreende muito a parte tática, então às vezes têm soluções que o atleta enxerga dentro de campo que é muito mais fácil eles se comunicarem entre eles do que falar com a comissão, e a comissão passar para os atletas. Então a gente bota uma estrutura para eles terem essa liberdade, para eles conseguirem resolver problemas muito próximos. Essa comunicação dele é porque ele é um cara extremamente competitivo e vencedor"
O Futuro Além da Sombra: Ambições e Críticas a Matheus Bachi
A ambição de se tornar treinador principal é um desejo antigo para Matheus Bachi, que cresceu imerso no universo de uma comissão técnica e de um técnico de futebol. Desde a infância, ao invés do sonho de ser jogador, ele cultivou o desejo de ser treinador, sempre se interessando pela parte tática, de treinamento e observação de atletas. Sua carreira está sendo cuidadosamente construída para, um dia, assumir o comando de uma equipe.
"Tenho. Cresci no meio de uma comissão técnica de futebol e de um treinador. O pai brinca muito: ?sonho de ser jogador?. Eu cresci querendo ser treinador, pois vivi a vida de treinador desde criança. Mesmo quando tentei jogar um pouco nos EUA, sempre me interessei na parte tática, de treinamento e observação de atleta. Estou construindo minha carreira para um dia ser o primeiro."
Matheus Bachi está ciente da provável pressão que enfrentará ao assumir a posição de treinador principal, especialmente devido ao legado de seu pai. Ele reconhece que a maior pressão, paradoxalmente, ocorre quando se trabalha ao lado de Tite, pois as pessoas tendem a misturar o profissional com o vínculo familiar. Contudo, ele lida bem com essa dinâmica, sem pressão interna. A pressão externa, gerada pela grandiosidade de Tite no cenário futebolístico, é esperada, mas Bachi confia que o caminho construído o preparou para a função.
"A pressão maior é quando trabalha com ele, no dia a dia de as pessoas enxergarem o Matheus profissional e o Matheus filho. Sempre lidamos bem com isso, não tem uma pressão interna. Sei que uma pressão externa vem pelo tamanho que o Tite tem no futebol brasileiro e mundial. Isso vai gerar uma pressão, comparações, mas tenho muita consciência que o caminho que construí é para, quando tomar essa decisão, estar preparado para executar essa função da melhor maneira possível."
As críticas direcionadas a ele por ser filho de Tite são um ponto sensível. Matheus Bachi argumenta que, para criticá-lo, é fundamental conhecer seu trabalho e sua pessoa. Ele aponta que é fácil tecer comentários sem um embasamento pessoal ou profissional. A situação de filhos seguindo os passos dos pais é comum em diversas áreas ? música, arte, política, e claro, no esporte. No entanto, no futebol, por ser uma vitrine tão ampla, a competência muitas vezes é ofuscada pela paternidade.
"Gosto muito de falar que, se a pessoa quiser me criticar, acompanhe meu trabalho e me conheça. É muito fácil criticar algo de fora sem ter o conhecimento pessoal e profissional de qualquer um. Temos no Brasil cantores pais e filhos, artistas pais e filhos e políticos pais e filhos. Mundialmente falando temos atletas pais e filhos, treinadores pais e filhos, diretores pais e filhos. Isso acontece em todo ramo. Só que, em muitos dos outros ramos, analisamos a competência. Como no futebol é uma vitrine muito grande, não analisam a competência, e sim a paternidade."
Para Matheus, essa abordagem é injusta em qualquer campo. Ele convida à observação do dia a dia de seu trabalho, pois somente assim, com conhecimento de causa, é possível fundamentar críticas ou elogios. Sem esse embasamento, qualquer comentário se torna superficial.
"Não acho justo isso em nenhuma área. Conversa comigo, acompanhe o dia a dia. Não gostou, mas viu, tem total embasamento para falar das minhas qualidades. Sem conhecimento, é muito pouco."
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