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Marcelo Teixeira Revela Estratégia do Santos: SAF, Nova Arena e Contrato Neymar
Por Redação FutSantos em 09/08/2025 16:32
A administração do Santos Futebol Clube, sob a liderança de Marcelo Teixeira, tem sido marcada por uma série de decisões estratégicas que visam reequilibrar as finanças e projetar o futuro do clube. Recentemente, o mandatário abordou temas cruciais como a possível implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), os avanços na construção da nova arena e a complexa dinâmica do contrato de Neymar, evidenciando uma visão de longo prazo para a instituição.
Teixeira defende a profissionalização da gestão como um pilar fundamental para a estabilidade do Peixe. O presidente expressa uma clara inclinação pelo modelo SAF, enxergando nele uma blindagem contra as flutuações e interferências políticas que, historicamente, têm fragilizado os clubes associativos no Brasil. Contudo, ele enfatiza que a decisão final sobre a adoção da SAF pertence aos sócios, os verdadeiros proprietários do clube.
A preocupação central de Teixeira reside na sustentabilidade dos avanços conquistados. Ele teme que, após um período de recuperação, a saída de uma gestão possa abrir espaço para retrocessos significativos devido a interesses políticos. "Eu não quero interferência política. Não quero fazer o trabalho de recuperação que o Santos precisa ter e que está sendo concluído, e ter essa interferência política. Porque amanhã eu saio e três anos após vem outros com esse modelo e esse modelo faz que, em um ano, todo avanço não seja mais recuperado. É essa questão que me preocupa", declarou o presidente. Ele reconhece que, embora a SAF tenha seus próprios desafios, o principal ponto negativo do modelo associativo é, em sua percepção, a instabilidade política. Apesar das críticas, Teixeira se mostra resiliente: "O Santos tem tempo e a gestão tem resistido, tomando porrada, e acho ótimo. Estou preparado para isso, não estou preocupado com as críticas, muitas construtivas, que fazem a gente avaliar. Mas a maioria, rede social, não me afetam ou atingem. Estou convicto do que estamos fazendo e de onde o Santos vai chegar."
O Futuro da Vila Belmiro e a Nova Arena
Um dos projetos mais ambiciosos da atual gestão é a construção da nova arena, que recebeu aprovação da prefeitura e será erguida no terreno da histórica Vila Belmiro. O custo estimado para a obra é de R$ 700 milhões, um valor que abrange não apenas a estrutura do estádio, mas também as necessárias compensações urbanísticas, como melhorias viárias e semafóricas no entorno.
A cautela financeira é uma tônica na abordagem de Teixeira. Ele assegura que o Santos não iniciará as obras sem a garantia total dos recursos, evitando comprometer o patrimônio do clube. A WTorre, construtora responsável, tem a possibilidade de aportar até R$ 100 milhões, mas o presidente mantém um otimismo de que essa necessidade não se concretize. "Para a construção, a WTorre tem até R$ 100 milhões para entrar na negociação para complementar caso haja necessidade no contrato atual. Eu, sou sincero e pode ser esteja muito otimista, mas eu acredito que não haverá essa necessidade", afirmou.
Paralelamente, Teixeira lamentou a oportunidade perdida de o Santos ter assumido o Pacaembu no passado, antes de sua reforma. "Todas (alternativas) possíveis e imagináveis (para um estádio em São Paulo) eu pensei. Até mesmo conversando com o Mercado Livre Pacaembu. O Santos perdeu a oportunidade de ter o Pacaembu. No meu entendimento, no momento certo, deveria estar com o Pacaembu. Antes da reforma. Se o Santos tivesse que ter um estádio, o mais adequado era o Pacaembu. Estava ali. O Santos poderia assumir esse equipamento e ter condições de fazer o Pacaembu sua primeira ou segunda casa. Mas não teve essa oportunidade." Para o período de construção da nova arena, o Pacaembu é a escolha do clube para mandar seus jogos, aguardando-se sua regularização. Além disso, existe a perspectiva de a prefeitura de São Paulo ceder uma área para o Santos desenvolver um centro de treinamento para as categorias de base, com potencial de uso também pela equipe profissional. "Tem uma alternativa da prefeitura dispor de uma área em São Paulo onde o Santos pudesse desenvolver alguma atividade. No momento atual seria para trabalhos com divisões de base, iniciar desta forma, para que o Santos tenha aqui um CT voltado às divisões de base. Lógico que para o profissional também caso seja necessário. Como agora, com a construção, o Santos terá que jogar em algum lugar. O Santos escolheu o Pacaembu. Estamos aguardando toda a regularização do Pacaembu para que o Santos jogue como casa. Independente disso, todas as opções que imaginamos foram esgotadas. Hoje a realidade do Santos para ter uma arena multiuso é a Vila."

Neymar: Uma Solução Financeira e Esportiva
A vinda de Neymar ao Santos , e sua subsequente renovação contratual, foram apresentadas por Marcelo Teixeira como um movimento benéfico tanto no aspecto esportivo quanto financeiro. Contrariando especulações sobre um possível aumento da dívida do clube, o presidente argumentou que a chegada do craque, em parceria com a NR Sports, trouxe soluções para o Peixe.
Não haverá essa dívida. Existem muitas dívidas que o Santos possui. Elas não seriam possíveis de serem compridas da maneira que o Santos estava com as receitas. Independente da vinda do Neymar. O Neymar agravou o problema financeiro? Não, pelo contrário. O Neymar foi uma solução. Se não fosse o Neymar com a parceira com a NR Sports, não teríamos a base e o feminino com a estrutura que concluímos em menos de três meses.
O contrato de Neymar com o Santos estabelece uma remuneração fixa mensal, que ultrapassa os R$ 4,5 milhões. Além disso, um dos pontos-chave do acordo é a divisão dos lucros de novos patrocínios fechados após a chegada do jogador. Neymar e sua empresa, a NR Sports, ficam com 75% desses recursos, enquanto o Santos retém os 25% restantes. Teixeira defende que, mesmo com uma fatia menor, o clube se beneficia imensamente, pois os valores arrecadados seriam inatingíveis sem a presença do camisa 10.
Para ilustrar o impacto financeiro, Teixeira citou o exemplo do patrocínio na camisa. "É muito pouco? Não, porque perto do que o Santos arrecadava e o que fechou de negócio, nem se o Santos tivesse 100% do produto nós não alcançaríamos os 25%. A verdade é essa." Ele detalhou a valorização: "O marketing trabalhava com a chance do Neymar retornar em dezembro. Criamos duas tabelas, com o Neymar e sem o Neymar . A tabela com ele, nós começamos a fazer um número mínimo, que possivelmente não sei se alcançaríamos na negociação, que era no número da camisa de trás. Era R$ 500 mil. Nós vendemos por 1 milhão de dólares. O mesmo produto. De R$ 500 mil passou pra R$ 6 milhões, exatamente com a vinda do Neymar ."
A renovação do contrato também incluiu a repactuação de uma dívida de R$ 85 milhões pela exploração da imagem do jogador, que será quitada até o final do mandato de Marcelo Teixeira, em dezembro de 2026. "O Santos não deve ao Neymar . Caso ele saísse, o Santos pagaria ao Neymar numa tacada no final contrato, no fim de junho. Ele acreditou no projeto e permaneceu mais seis meses. Nós, também acreditamos que o resultado será melhor. Alongamos o valor até dezembro de 2026, isso dá fôlego ao Santos de continuar trabalhando suas metas."
Desempenho e Recuperação de Neymar
Apesar do sucesso comercial, o presidente reconheceu que o desempenho de Neymar em campo nos primeiros meses não atingiu as expectativas. No entanto, Teixeira minimizou a questão, atribuindo-a ao processo de recuperação de uma séria lesão e destacando a notável evolução do jogador nas últimas partidas.
Sabíamos da dificuldade porque ele vinha de uma séria contusão e demandaria tempo. Não apenas tempo em termos clínicos, de saúde, mas até mesmo da conscientização dele. No Santos ele se conscientizou que deveria fazer mais do que estava sendo feito habitualmente na sua própria vida normal. Essa consciência foi fundamental. Ele jogou cinco jogos consecutivos por 90 minutos. A tendência dos exames é que está muito melhor na força física. Quando chegou ele tinha 35%, 40% da força física. Hoje já beira seus 75%, 80%. Isso dá esperança que ele possa corresponder dentro de campo. O objetivo dele e do Santos é a Copa do Mundo, ele disputar.
A recuperação física de Neymar é um indicativo positivo, e a expectativa é que ele atinja seu ápice para ajudar o Santos e, futuramente, a Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
Em suma, a gestão de Marcelo Teixeira busca um equilíbrio entre a responsabilidade fiscal e a ambição esportiva, utilizando parcerias estratégicas e projetos de infraestrutura para pavimentar um caminho de solidez e competitividade para o Santos Futebol Clube. O desafio, como sempre, é transformar planos e números em resultados concretos dentro e fora dos gramados.
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