Luxemburgo Quase Voltou ao Santos: A Condição Irredutível que Impediu o Retorno

A figura notável do futebol brasileiro, Vanderlei Luxemburgo, que se encontra afastado dos gramados desde sua última passagem pelo Corinthians em 2023, fez uma revelação impactante. Ele confirmou ter sido abordado pelo Santos em abril deste ano, com uma proposta para assumir o comando técnico do clube. A iniciativa partiu diretamente do presidente Marcelo Teixeira, mas as negociações não progrediram devido às condições impostas pelo experiente treinador.

Em uma extensa conversa veiculada no canal do ex-atleta Muller, Luxemburgo foi indagado sobre a possibilidade de retornar imediatamente ao cenário de um grande clube nacional. Sua resposta foi afirmativa, porém condicionada. O técnico detalhou sua visão para um novo engajamento, almejando uma autoridade plena sobre o departamento de futebol, uma prerrogativa que, conforme suas palavras, não foi concedida pelo Santos .

Luxemburgo articulou sua exigência com clareza:

Voltaria de imediato. Desde que fosse como eu propus ao Marcelo Teixeira quando ele me convidou. Eu quero ser o treinador, mas também o head coach, me dedicar 24 horas por dia. Vai ser o técnico e o responsável por todo o departamento de futebol. Com isso, quero mostrar que o treinador brasileiro tem qualidade. Não adianta falar que meu nome é trabalho, que vai se preocupar com meu time no campo e só. Esquece. Eu iria nessa condição. Foi o que eu propus ao Marcelo. Falei: Marcelo, te adoro. Adoro a família dele, amizade carinhosa, recíproca. Mas me contrata como treinador e serei o responsável por todo o departamento.

Essa declaração sublinha a intenção de Luxemburgo de transcender a figura tradicional do treinador, buscando uma influência estratégica e operacional mais abrangente.

A Condição Irredutível de Luxemburgo: Controle Total

A continuidade das conversas, conforme a narrativa de Luxemburgo, foi impedida pela permanência do então CEO do clube, Pedro Martins. O ex-dirigente, filho de Edinho Silva, atual presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), configurou-se, na visão de Luxemburgo, como um obstáculo. Vale ressaltar que o próprio treinador, hoje com 73 anos, formalizou sua filiação ao partido Podemos no ano anterior.

A percepção de Luxemburgo sobre a situação é direta:

O diretor executivo do clube é filho do presidente do PT, sendo que eu não precisava de diretor. Acho que ele (Teixeira) não me contratou por causa disso.

Essa afirmação sugere uma possível incompatibilidade de visões ou estruturas, onde a presença de um diretor executivo com tal perfil era vista como redundante ou conflitante com sua proposta de "head coach".

O Veto nos Bastidores: A Perspectiva de Luxa

Sob a atual administração de Marcelo Teixeira, o Santos tem demonstrado uma rotatividade significativa no comando técnico. Desde o início de sua gestão, três nomes diferentes ocuparam a cadeira principal: Fábio Carille, que conduziu a equipe no Campeonato Paulista e na Série B do ano anterior; Pedro Caixinha, responsável pela campanha no Paulistão deste ano e pelo começo do Brasileirão; e, atualmente, Cleber Xavier, que está à frente do elenco.

A história de Vanderlei Luxemburgo com o Alvinegro Praiano é rica e repleta de êxitos. O treinador soma quatro passagens anteriores pelo clube: em 1997, 2004, no período entre 2006 e 2007, e a última em 2009. Durante esses períodos, ele conquistou o Torneio Rio-São Paulo, sagrou-se bicampeão paulista e levantou o troféu do Campeonato Brasileiro, consolidando seu nome na galeria dos grandes comandantes santistas.

O Cenário Atual e o Legado de Luxemburgo no Peixe