Calendário CBF 2026: Marcelo Teixeira (Santos) Vê Oportunidades em Novas Regras

Uma reestruturação significativa no cronograma do futebol nacional foi apresentada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na última quarta-feira. O novo modelo de disputas, detalhado por Samir Xaud, presidente da entidade, e Julio Avellar, diretor de competições, terá validade para o quadriênio entre 2026 e 2029, prometendo impactar diretamente clubes como o Santos.

As alterações visam otimizar as janelas de jogos, buscando uma maior harmonização entre as diversas competições. Este pacote de medidas representa uma tentativa de modernizar a gestão do tempo no esporte mais popular do país, com reflexos em todas as divisões e torneios.

A Nova Arquitetura do Futebol Nacional

Os campeonatos estaduais, pilares do início da temporada, terão seu pontapé inicial em 11 de janeiro de 2026, com encerramento previsto para 8 de março. Uma das mudanças mais notáveis é a redução no número de datas destinadas a esses torneios, que cairão de dezesseis para onze. Essa compressão visa liberar espaço para outras competições no decorrer do ano.

O Campeonato Brasileiro, por sua vez, começará em 28 de janeiro. Devido à realização da Copa do Mundo no meio do ano, haverá uma interrupção programada do torneio. Contudo, a competição nacional se estenderá até dezembro, com a data final agendada para o dia 2, garantindo a conclusão completa de suas rodadas.

A Revolução na Copa do Brasil e Regionais

A Copa do Brasil, um dos torneios mais democráticos e cobiçados do país, também passará por uma transformação substancial. A competição, que definirá seu campeão em 6 de dezembro, terá um aumento expressivo no número de participantes, saltando de 92 para 126 equipes. Essa expansão resultará em uma estrutura de nove fases, completamente remodelada.

As quatro primeiras fases serão disputadas em formato eliminatório de jogo único, envolvendo equipes classificadas por meio de estaduais, regionais e as Séries C e D do Campeonato Brasileiro. A partir da quinta fase, os clubes da Série A se juntarão aos doze times já classificados, dando início aos confrontos de ida e volta, que seguirão até a grande final. A decisão, diferentemente do modelo tradicional, será em partida única, com o local a ser divulgado posteriormente pela CBF.

Os torneios regionais também foram alvo de redefinição. Clubes envolvidos em competições da Conmebol não participarão desses certames. Além disso, foi criada a Copa Sul-Sudeste, que espelhará o formato da Copa do Nordeste e da Copa Verde, consolidando uma competição regional para essas áreas do Brasil. Todos os torneios regionais foram padronizados, com fases de grupos seguidas por mata-matas para determinar os campeões. Os vitoriosos dessas disputas assegurarão uma vaga na terceira fase da Copa do Brasil subsequente, valorizando ainda mais essas competições.

A Visão Santista: Otimismo em Meio à Reestruturação

Em meio a essas profundas transformações, o presidente do Santos , Marcelo Teixeira, manifestou sua perspectiva sobre o novo ordenamento do futebol brasileiro. O dirigente acredita que as modificações implementadas pela CBF podem trazer benefícios tanto para os clubes quanto para os atletas.

"Essas mudanças para 2026 já estão inseridas em um contexto de ano de Copa do Mundo. Em 2025, por exemplo, já tivemos um calendário impactado com a realização do Mundial de Clubes, e que de certa forma foi necessária a readequação nas datas das finais da Copa do Brasil e a antecipação do término do Brasileirão. O novo calendário de competições estabelecido pela CBF será uma experiência para iniciarmos a temporada já com o Brasileirão, conciliando com os Estaduais"

A declaração de Teixeira contextualiza as reformas dentro de um cenário global de eventos esportivos, sugerindo que a adaptação é uma necessidade estratégica. Ele vê a integração do Brasileirão e dos estaduais desde o início da temporada como uma oportunidade de aprimoramento.

Potencial de Valorização e Engajamento

O presidente do Peixe complementou sua análise, destacando o potencial positivo das mudanças para o desenvolvimento do esporte no país. Ele vislumbra um cenário onde o futebol brasileiro pode se fortalecer em diversas frentes.

"Pode representar um passo importante para o futebol brasileiro na valorização de seu produto. São mudanças estruturais que abrem um leque de novas oportunidades comerciais e novos meios de receita e engajamento com a torcida, seja nos estádios ou no ambiente digital. Além disso, também devem potencializar a performance dos nossos atletas e o nível técnico dos nossos principais campeonatos, que têm ganhado cada vez mais visibilidade e notoriedade no mundo todo"

A visão de Marcelo Teixeira é de que a reestruturação não se limita apenas à organização de jogos, mas se estende à capacidade de gerar valor econômico e social. A expectativa é que, com um calendário mais ajustado e competições mais atraentes, haja um aumento no engajamento dos torcedores, tanto nos estádios quanto nas plataformas digitais. Além disso, o dirigente santista aposta que a nova configuração contribuirá para a elevação do padrão técnico dos jogadores e dos campeonatos, reforçando a projeção internacional do futebol brasileiro.